ATA DA VIGÉSIMA SEXTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 08-4-2013.
Aos oito dias do mês de
abril do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Christopher Goulart,
Clàudio Janta, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Luiza Neves, Mario Fraga, Mônica
Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Tarciso
Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alberto
Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna,
João Derly, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Nereu D'Avila, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Valter Nagelstein e
Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº
093/13 (Processo nº 1103/13), de autoria da vereadora Any Ortiz; o Projeto de
Lei do Legislativo nº 041/13 (Processo nº 0696/13), de autoria do vereador
Bernardino Vendruscolo; o Projeto de Lei do Legislativo nº 092/13 (Processo nº
1096/13), de autoria do vereador Professor Garcia; e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 086/13 (Processo nº 1043/13), de autoria do vereador Rodrigo
Maroni. Também, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor
Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo: nº 025/13, de autoria do vereador Engº Comassetto, no dia cinco de
abril do corrente, no Seminário de Mobilização para a 5ª Conferência Estadual
das Cidades, no Município de Natal – RN –, e hoje e amanhã, na 6ª Reunião da
Coordenação-Executiva da 5ª Conferência Nacional das Cidades, em Brasília – DF
–; e nº 007/13, de autoria do vereador Valter Nagelstein, hoje, na solenidade
de abertura do 26º Fórum da Liberdade, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 406 e 407/13, do senhor Leandro Pereira
Marcon, Coordenador de Filial da Gerência de Desenvolvimento Urbano e Rural
Porto Alegre da Caixa Econômica Federal. Durante a Sessão, deixaram de ser
votadas as Atas da Décima Segunda, Décima Terceira, Décima Quarta, Décima
Quinta, Décima Sexta, Décima Sétima, Décima Oitava e Décima Nona Sessões
Ordinárias e da Primeira Sessão Extraordinária. A seguir, o senhor Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Francisco Hypólito da
Silveira, Presidente da Associação Brasileira de Atletismo Master, que
discorreu sobre o XX Campeonato Mundial de Atletismo Master de 2013. Em continuidade,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Airto Ferronato, Tarciso
Flecha Negra, Luiza Neves, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Professor Garcia,
João Carlos Nedel e Jussara Cony manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, para
considerações finais sobre o tema em debate, ao senhor Francisco Hypólito da
Silveira.
Às quatorze horas e cinquenta e seis minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinquenta e sete
minutos. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo
vereador João Carlos Nedel, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. A seguir,
foi apregoado o Memorando nº 018/13, de autoria da vereadora Jussara Cony,
deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar
externamente este Legislativo, hoje, em Reunião Ordinária da Comissão
Organizadora Municipal da Conferência Nacional das Cidades, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Bernardino Vendruscolo, Alberto
Kopittke, Mônica Leal, Fernanda Melchionna, Airto Ferronato, Pedro Ruas, Alceu
Brasinha, Clàudio Janta, Jussara Cony, Reginaldo Pujol e Idenir Cecchim. Em
GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se a vereadora Jussara Cony e o vereador João
Carlos Nedel, este em tempo cedido pela vereadora Lourdes Sprenger. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 038, 047 e 081 e 033/13, este discutido pelos
vereadores Clàudio Janta, Valter Nagelstein e Reginaldo Pujol; os Projetos de
Resolução nos 001, 006 e 007/13; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 004/13, os Projetos de Lei do Legislativo nos
053, 016/13, este discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores
Paulo Brum e Clàudio Janta, e 017/13, discutido pelos vereadores Paulo Brum e
Clàudio Janta, os Projetos de Lei do Executivo nos 012, 013 e
014/13. Durante a Sessão, os
vereadores Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein manifestaram-se
acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e vinte e cinco minutos,
constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Dr. Thiago, Bernardino Vendruscolo e João Carlos Nedel e
secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Gostaríamos de
dar as boas-vindas ao Ver. Bernardino Vendruscolo.
Passamos à
O Sr. Francisco Hypólito da Silveira, representando
a Associação Brasileira de Atletismo Máster, está com a palavra, pelo tempo
regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo ao XX Campeonato
Mundial de Atletismo Máster de 2013.
O SR.
FRANCISCO HYPÓLITO DA SILVEIRA: Ver. Dr.
Thiago, agradeço a presença de todos os demais Vereadores aqui presentes.
Gostaria de agradecer a conquista desse Campeonato para Porto Alegre ao nosso
Prefeito José Fortunati, por todas as negociações das quais ele participou
conosco nesses últimos dois anos de mandato.
Desta Casa, tivemos um apoio incondicional, quando
aqui era Presidente o Ver. Sebastião Melo. Tivemos uma negociação muito
importante para trazer esse Campeonato a Porto Alegre em 1999. Também quero
agradecer ao Secretário Municipal de Turismo de Porto Alegre Sr. Luiz Fernando
Moraes, que esteve conosco em Lahti, na Finlândia em 2009; ao Secretário dos
Esportes, Sr. José Edgar Meurer, que foi incansável em nossa luta em
perseguição a esse objetivo. Agora, agradeço ao então Ver. Airto Ferronato,
que, como Líder do Governo, tem nos apoiado nessas iniciativas junto ao
Executivo Municipal; ao nosso Secretário Estadual dos Esportes, Sr. Kalil
Sehbe; e à Presidente da Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul –
Fundergs; ao Convention Bureau – Trade Turístico do Rio Grande do Sul por esse
apoio que nos foi dado; e a várias instituições de Porto Alegre, as quais nos
ajudaram a trazer esse Campeonato para cá.
Então, é uma luta, Sr. Vereadores, em torno de seis
anos, quando confirmamos a primeira candidatura para trazer esse Campeonato a
Porto Alegre. Em 2005, quando estivemos na Espanha, em San Sebastián, retiramos
uma candidatura; depois, em 2007, quando estivemos na Itália e perdemos uma
candidatura para os Estados Unidos; em 2009, com todo o apoio também da
Embratur, do Governo do Estado, da Prefeitura de Porto Alegre, da Câmara de
Vereadores, participamos de uma eleição, em que estavam representados 110
países, e conquistamos esse Campeonato Mundial de Atletismo Máster para Porto
Alegre. É uma atividade que congrega atletas de 35 a 100 anos, com pessoas que
participam dessa atividade diferentemente de uma Olimpíada, de um Pan-americano
ou de jogos juvenis, em que as pessoas que ficam segregadas dentro de
alojamentos ou de hotéis; ao contrário, na nossa atividade, essas pessoas vêm
para participar em Porto Alegre.
Em 2009, fomos
escolhidos como representantes aqui no Brasil – na presença da World Másters
Athletics – WMA, recebemos a bandeira e a entregamos aos
representantes da Prefeitura. É um campeonato que se realiza de dois em dois
anos – este é o 20º campeonato. Ele foi realizado, em 99% das vezes, na Europa
ou no Hemisfério norte, incluindo Estados Unidos e Canadá, e, uma única vez,
ele se afastou desse eixo, que foi na África do Sul, em 1997; agora, há este
nosso desafio de trazermos para a América do Sul um campeonato mundial. É uma
atividade de que participam em torno de 5 mil atletas, que vêm acompanhados de
suas famílias – nós pegamos parte do período de férias europeu. Deve haver uma
participação de, no mínimo, cem países em Porto Alegre. A WMA é formada por 153
países, porque tem uma eleição da nova diretoria em Porto Alegre; isso deve
realmente centralizar a quantidade de países aqui. A permanência deles – nada
contra um jogo de futebol, não é, Ver. Tarciso Fecha Negra – é longa, porque
nós dividimos o campeonato em provas curtas, médias e longas. Então, as provas
de 100 metros vão acontecer no início do campeonato; as de 200, no meio; as de
400, no final, para quem é velocista. Então, isso faz com que os atletas
permaneçam em Porto Alegre durante esse período de 14 dias. É um campeonato que
custa em torno de R$ 5 milhões, porque é um campeonato todo internacionalizado.
Ele vai ser realizado no Centro Estadual de Treinamento Esportivo – CETE, na ESEF/UFRGS, principalmente as provas de lançamento e
arremesso; na Sogipa, que é um estádio privado dentro de Porto Alegre; na PUC,
a Universidade Católica, que tem uma estrutura muito boa para o atletismo.
Também temos as provas de rua, que, no caso, pegando a nossa orla do Guaíba vai
até o bairro Assunção, onde se realizarão a maratona e a meia maratona, e
também, nesse primeiro trajeto, próximo ao Gasômetro, em um circuito de 2
quilômetros, teremos as provas de marcha atlética, 10 e 20 quilômetros. No
nosso Parque Marinha do Brasil, haverá o cross
country – os atletas vão correr um trajeto de dois quilômetros, conhecendo
o nosso parque.
Então, como eu já
disse anteriormente, é o primeiro campeonato na América do Sul. Todos os locais
são em Porto Alegre obrigatoriamente. Nós sabemos que o último grande evento
realizado em Porto Alegre foi a nossa Universíade, em 1963, em que o Professor
Garcia, que está aqui presente, foi um dos ícones. Será um grande evento
esportivo antes da Copa do Mundo. Estamos nas tratativas com o setor público,
na área de Saúde, Transporte, Acessibilidade – esse nosso campeonato mundial
será um treinamento, um legado de infraestrutura e um modelo de gestão de
megaeventos. Em Porto Alegre, os senhores sabem, até através das Comissões da
Câmara e da Assembleia Legislativa, há uma ideia de transformação em uma Cidade
com grandes centros e grandes atividades esportivas, até por sua localização no
Cone Sul e suas condições climáticas.
Setenta e oito por
cento desses participantes vão de 35 a 100 anos, mas até a faixa de 65 anos é o
grande mote de atletas. Ou seja, são pessoas que estão em sua vida ativa ainda,
até profissionalmente; 53% desses participantes têm uma renda de 2 a 8 mil
dólares – essa é uma estatística da WMA; 95% das pessoas têm curso superior e
um grande número com doutorado e mestrado; 30% realizam viagens pré e pós
eventos – eles vêm fazer turismo no Brasil, principalmente no Rio Grande do
Sul; 96% se hospeda em hotéis – essa margem de 4% fica praticamente para os
nossos irmãos sul-americanos, pois têm essa questão da necessidade e da
dificuldade da moeda; e 92% retornam realmente ao país para fazer turismo ou
recomendam o país.
Nós estamos com dados
da Embratur em que a média diária que um turista gasta no País é de 312
dólares. A um câmbio de 2,10, que é o câmbio oficial do campeonato – uma
previsão que tivemos que fazer para negociações com os bancos – daria em torno
de R$ 655,00 por dia, multiplicando por 12 dias, diminuindo 2 dias, a média de gastos
em Porto Alegre dá R$ 7.862,00 por pessoa. Nós fizemos uma média de 6 mil
pessoas, diminuímos de 10, multiplicamos por 12 dias, dará em torno de R$ 47
milhões, a 5% de ISSQN, temos aquela renda que deverá ficar para o nosso
Município de Porto Alegre. Sem contar todo o gasto no trade turístico feito dentro do Rio Grande do Sul, as companhias
aéreas, a questão de uso de táxis, de pacotes turísticos, restaurantes, coisas
que nós podemos mensurar, mas não temos como inserir nesse contexto.
Outra grande coisa
que queríamos dizer: em todos os outros 19 campeonatos, era o campeonato
representando pelos estádios. Nós conseguimos fazer uma negociação com a WMA.
Hoje esse livro, editado em 4 idiomas – alemão, francês, inglês e espanhol –,
está distribuído em 153 países. A foto da nossa Cidade também está no caderno
de divulgação que estamos fazendo desse evento. O que gente quer reforçar aos
senhores – estou voltando esta semana de uma atividade no Chile – é que o
campeonato, quando foi ganho para Porto Alegre, ele deixou de ser um campeonato
da Associação
Brasileira de Atletismo Máster –
Abram; ele passou a ser o campeonato de Porto
Alegre. Então, esse é o campeonato de Porto Alegre! Temos colocado e frisado
que, por o campeonato ser de Porto Alegre, nós queremos o envolvimento da
população. Eu vou dar um exemplo aos senhores: para o cerimonial de abertura,
que é o desfile clássico das atividades, eles querem um local público, eles não
querem segregados a um estádio, eles querem que a população de Porto Alegre possa
viver isso. E, falando no Chile, lá eram em torno de 500 atletas, na despedida
– a despedida não era comigo, eu estava identificado como sendo do Brasil –,
mas entre os atletas, a despedida deles era: “Pessoal, até Porto Alegre, em
outubro”. Então, Srs. Vereadores, nós queremos reforçar e dizer que esta Câmara
participou da negociação da vinda desse mundial. Nós já fomos recebidos nesta
Câmara, não só pelos Vereadores que são solidários a essa atividade, mas também
tivemos um espaço quando a Ver.ª Sofia Cavedon foi Presidente desta Casa.
Então, Dr. Thiago, essa nossa mensagem vem dizer a V. Exa. e a todos Vereadores
que esse campeonato é nosso; ele não é da nossa Entidade. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Convido o Sr. Francisco Hypólito da Silveira a
fazer parte da Mesa.
O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, nosso estimado Sr. Francisco Hypólito,
Presidente desse grande evento da Associação Brasileira de Atletismo Máster, eu
quero cumprimentá-lo, inicialmente, pela exposição, pela apresentação feita
aqui. Eu quero registrar que a sua
apresentação vai dispensar muitos comentários.
E dizer que o
Executivo Municipal, em seu todo, o Estado do Rio Grande do Sul e, muito
particularmente, a Câmara Municipal, juntos, porque, na verdade, esse
acontecimento que logo estará conosco é uma referência para Porto Alegre, que
é, sim, uma das capitais de eventos do País. Diríamos que, para grandes
eventos, Porto Alegre tem um know-how
muito interessante. E é muito bom ver o senhor aqui trazendo para nós,
Vereadores, representantes da sociedade de Porto Alegre, esse conjunto de
informações.
Tivemos informações
esportivas, políticas, econômicas e, principalmente, sociais. Porto Alegra
alavanca cada vez mais o seu estilo turístico, trazendo pessoas para cá do
mundo todo. Como o senhor bem fala, a importância desses eventos internacionais
que trazem para cá centenas de países com suas histórias, culturas, povo,
tradição, e eles, com o que têm, vêm buscar o que nós temos de maior: povo,
cultura, tradição, um grande Estado e uma belíssima Porto Alegre. Parabéns,
estamos e continuamos juntos com o senhor nessa nossa jornada. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr.
Francisco, parabéns. Fiquei atento ouvindo a sua apresentação. Acho que o Rio
Grande do Sul e a nossa Capital mereciam um megaevento desse tamanho que tu
estás trazendo para Porto Alegre; importante, a Copa do Mundo chegando. Em nome
do PSD, em meu nome, em nome do Ver. Bernardino Vendruscolo, quero dizer que
estamos à disposição.
Sr. Francisco, eu
tenho um particular com o atletismo porque foi o primeiro esporte na minha
vida. O atletismo é o meu sonho. Claro que o futebol, por todas as
oportunidades que oferecia naquela época, era muito maior, mas o sonho sempre
foi o atletismo pela velocidade que imprimia dentro do
futebol. Assim, quando cheguei a Porto Alegre, fiz algumas corridas de
atletismo. O Dr. De Rose, na época, brincou comigo me convidando para ir para o
atletismo. Eu respondi que lá não dava dinheiro. Foi uma brincadeira, mas está
aí, o meu sonho chegou, estou dentro da faixa etária mostrada por ti, estou
treinando bastante e vou treinar mais, depois vou ver como me inscrever.
Gostaria muito de participar ativamente dessa forma e de outras que vierem a
precisar. Se precisarem da nossa Bancada, dos Vereadores. Acho que a Câmara de Vereadores está imbuída em ajudar, pois é para a
nossa Cidade. O Importante disso tudo, em cima do máster, é que todo esse
pessoal vai ver que existe uma coisa a mais para quem tem 50, 60 anos, existem
sonhos a realizar. Isso é importante, traz o esporte para dentro da Capital,
não só para os jovens, para as crianças, para os adolescentes, mas, sim também
para o máster que vai poder desfrutar desse sonho. É trazendo um megaevento
como esse para dentro da Capital que vai acordar Porto Alegre, Rio
Grande do Sul e o Brasil. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Luiza
Neves está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. LUIZA NEVES: Sr. Presidente;
quero saudar o amigo Francisco Hypólito, ex-colega desta Casa, em nome da
Bancada do PDT– Ver. Nereu D’Avila, Ver. Dr. Thiago, Ver. Mario Fraga, Ver. Clàudio Janta, Ver. Delegado Cleiton.
Trazemos nesta tarde a nossa satisfação em saber que, através da Associação Brasileira de Atletismo Máster – Abram, a
entidade que o senhor preside, traz a Porto Alegre esse grandioso
evento, que é o XX Campeonato Mundial de
Atletismo Máster de 2013, juntamente com a Prefeitura de Porto
Alegre, Secretaria de Esportes e com o conjunto de todo o Município. Ganha
Porto Alegre, ganha o atletismo, ganha o esporte em geral. Então, nós queremos
nos associar, colocar esta Casa, através da nossa Bancada, à disposição e
parabenizá-lo pela iniciativa. Muito obrigada, que Deus te abençoe!
(Não
revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu quero, Sr. Presidente, saudar o nosso querido
amigo Francisco Hypólito da Silveira, que preside
há um bom tempo a Associação Brasileira de Atletismo Máster, dizendo que nesta
Casa sempre houve um movimento de muita compreensão, de entusiasmo e de aplauso
ao seu trabalho e ao trabalho da Associação. Eu até convocava agora o Ver.
Garcia, altamente vinculado à prática do esporte, professor de educação física
e que tem sido, ao longo do tempo, nosso representante nesses empreendimentos,
agora acrescido do Ver. Tarciso, ex-atleta profissional, que me confidenciou
que vai participar dessa maratona. Eu estou credenciando-o a ser meu
representante, porque não vou poder competir nessa ocasião. Em verdade, há
muito tempo troquei a corrida pela caminhada, com recomendação médica nesse
sentido.
Mas o que eu quero registrar e fazer com muito
carinho, é a circunstância de que a nossa Tribuna Popular é ocupada no dia de
hoje pelo amigo que nos traz essas informações positivas e que, de certa forma,
usa desse poder de modificação que a Tribuna Popular tem para entusiasmar mais
ainda a comunidade porto-alegrense, especialmente os participantes da maratona.
Eu e a minha família vamos participar. Eu e a minha família torcendo pelo meu
filho, participando. Meus cumprimentos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Sr. Presidente. Querido Chico Hypólito, nós conhecemos a tua
incansável luta por essa causa. É uma causa talvez até marginalizada, porque
hoje em dia é a juventude; tudo que é válido e apostável é o jovem, em especial
no esporte, tema de rendimento, dos negócios. E a tua luta, a luta da
Associação é uma luta pela saúde na verdade, pelo direito à saúde, pelo direito
à vivência corporal, pelo espaço que hoje reivindicam a segunda e a terceira
idade, se é que dá para dizer assim, ou seja, que o setor Esporte seja o
primeiro a reconhecer que nós temos esta geração inteira que está no seu ótimo
de produção intelectual e que precisa ajudar e trabalhar a sua saúde corporal,
obviamente, sem dividir corpo e mente. Essa é a nossa visão. E queria te dizer
que nós nos orgulhamos de estar vindo a Porto Alegre o Campeonato Mundial de
Atletismo Máster, e reconhecemos ser dessa luta. Então, é uma honra para a
Cidade, tens toda a razão, nós temos que assumir como uma atividade, Sr.
Presidente, como um encontro da Cidade. Não podemos deixar na responsabilidade
do financiamento, da acolhida apenas da entidade. A Cidade tem que entender que
tem um potencial imenso de mobilização econômica, que é um público, já devo ter
dito várias vezes, que vai voltar, que faz turismo, que tem uma condição
financeira, que tem estruturação. Portanto, nós precisamos, desta Tribuna
Popular, encaminhar ao Governo para que trate de forma interdisciplinar, nas
diferentes Secretarias, esse acolhimento. E contes conosco do Partido dos
Trabalhadores para acompanhar essa acolhida e a potencialização dessa grande
conquista que tu tens nesta liderança tão preciosa. Parabéns.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, prezado Francisco Hypólito da
Silveira, vou me permitir chamar-te de Chiquinho, falo aqui em nome do PMDB, em
meu nome, em nome do Ver. Idenir Cecchim, do Ver. Valter Nagelstein, da Ver.ª
Lourdes Sprenger, e dizer que acompanho há muitos anos a tua luta, desde a
época que começaste a correr, depois foste para a Associação de Veteranos Gaúchos
de Atletismo –, Avega, foste Presidente, e, realmente, começaste a brigar para
que Porto Alegre pudesse ser sede. Fizeste hoje um retrospecto das diversas
tentativas. Fico bastante contente porque agora está se aproximando, ou seja,
algo que foi sonhado agora vai ser realizado. Sabemos das dificuldades
prementes dos três locais, pois ainda têm que ser melhorados, aprimorados. Mas,
sem sombra de dúvida, eu que fui atleta por muitos anos, que trabalhei toda a
minha vida com atletismo, é um momento impar. Tenho certeza que nós vamos
receber inúmeros ex-atletas, alguns que foram campeões mundiais, campeões
continentais, que tiveram participação efetiva. E só saber que 6 mil pessoas
dos mais diferentes países vão estar aqui para competir, mas também fazer turismo,
isso aumenta mais a responsabilidade de nós, povo porto-alegrense, povo gaúcho,
os recebermos bem, porque esse é o melhor cartão de visitas para quem volta. Eu
tenho participado dos almoços dos Condores, grupo de ex-atletas, e o pessoal
está bastante entusiasmado; ou seja, alguns dos ex-atletas que não estavam mais
treinando, começaram agora a participar e querem efetivamente participar desse
evento. Então, parabéns por ti, pela associação e esperamos recebê-los de
braços abertos. Sucesso, Chiquinho.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Meu prezado amigo Francisco Hypólito da Silveira, Presidente da
Associação Brasileira de Atletismo Máster, quero, veio divulgar o XX Campeonato
Mundial de Atletismo Máster que acontecerá nesta Cidade do dia 16 até 27 de
outubro, em nome da Bancada do Partido Progressista, do Ver. Guilherme Villela,
da Ver.ª Mônica Leal e em meu nome, quero lhe dar as boas vindas a esta Casa.
Queremos cumprimentá-lo pela apresentação, em que disse que 6 mil atletas virão
participar deste Campeonato de Atletismo Máster e que isso poderá deixar uma
renda, para Porto Alegre, de R$ 47 milhões e impostos municipais na ordem de R$
2 milhões. Isso é prova de quanto o turismo traz de benefício para a nossa
Cidade e para as outras também. Eu quero deixar aqui, muito claramente, o apoio
e a solidariedade da Frente Parlamentar do Turismo, a qual presido, e dizer que
esta Casa teve importância fundamental para ajudar a trazer esse evento para
Porto Alegre. Portanto, também esta Casa tem a responsabilidade de ajudar para
que esse evento seja um grande sucesso.
Parabéns pelo seu trabalho, que eu sei que é muito
grande, e também para a sua grande equipe. Sucesso, porque Porto Alegre precisa
muito do seu trabalho.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Eu quero agradecer, em nome da Bancada do PCdoB, minha e do João Derly,
que, neste momento, está em uma representação externa da Câmara e é um atleta
como tantos e tantos que agora chegam, neste momento, e nesta organização feita
por ti, Francisco Hypólito da Silveira, em nome da Associação Brasileira de
Atletismo Máster.
Acho que Porto Alegre deve se orgulhar de ser sede.
Porto Alegre é uma Cidade que, inclusive, foi uma das cidades signatárias na
busca de cidades sustentáveis, nessa grande articulação política coordenada por
Oded Grajew, que tem feito parte dos fóruns sociais mundiais. Esta Câmara
Municipal se engajou a isso de uma forma muito objetiva e muito concreta neste
ano, porque aqui nós estamos construindo uma Cidade que garanta qualidade de vida.
Nós iremos, com essa atividade, dinamizar Porto Alegre no rumo da cidade
sustentável, porque nós temos que pensar na integração e na transversalidade.
Não tem como pensarmos em esporte, uma atividade como essa, sem pensarmos em
saúde, sem pensar em cultura, sem pensar no significado dos espaços públicos
para os atletas, que são um exemplo para população buscar a sua qualidade de
vida. Além do quê, nós estaremos trabalhando algo que parece que é lúdico, mas
que faz parte da necessidade de políticas públicas, para aqueles que acumulam
experiência, saber, que honram, nos dão orgulho através do atletismo num
momento em que temos ainda muita discriminação: de um lado, da juventude; de
outro, daqueles que já atingiram uma idade que tem um potencial enorme.
Então eu acho que estás trazendo para nós – o
compromisso desta Câmara é indiscutível –, para todos nós e para o nosso
Presidente, um convite que é mais do que um convite: é uma convocação para que
nós, juntos, construamos a cidade do futuro, a cidade sustentável, englobando
todos, que são aqueles que as constroem. Meus parabéns, conte com a Bancada do
PCdoB.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu quero, modestamente, dizer que a Casa, em nome
da Mesa Diretora, está à sua disposição. Entendemos como fundamental eventos
como esse, não só para a economia da Cidade, para a economia do Estado, mas
como forma de resgate da cidadania, a partir dos atletas de grande projeção
como, por exemplo, o Tarciso, o João Derly e outros anônimos atletas amadores.
E me permita aqui fazer a citação de um anônimo atleta amador, que serve de
grande paradigma para a região Sul e Extremo-Sul da Cidade, meu amigo
particular, Silvano Naziazeno, professor de caratê, que serve de molde para uma
juventude que acaba se espelhando no exemplo dele: negro, de origem pobre, mas
que conseguiu galgar espaço na vida e, efetivamente, serve de exemplo positivo
para contrastar com os diversos exemplos negativos que nós temos,
principalmente, vinculados ao narcotráfico.
Então, com ações como essa, que resgatam esses
atletas de ontem e de hoje, é que podemos servir também à cidadania. Parabéns
pela iniciativa, e a Câmara, no que puder ajudar, está de portas abertas.
O Sr. Francisco Hypólito da Silveira está com a
palavra para suas considerações finais.
O SR.
FRANCISCO HYPÓLITO DA SILVEIRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, só para finalizar,
quero agradecer o pronunciamento das Bancadas, dizendo que queremos realmente
forçar e reforçar que precisamos desse apoio.
Um dos motivos de termos ganho esse Campeonato é a
grande quantidade de etnias que compõem a nossa Cidade. É como disse a Ver.ª
Sofia: é uma atividade quase cultural.
Porto Alegre se orgulha de ter feito o Fórum
Mundial com 150 mil pessoas, e eu só queria deixar esta lembrança para vocês
que em outubro, quando tivermos esses 6 mil atletas aqui, diferentemente do
Fórum, essas pessoas vão estar todas identificadas com o uniforme e a camiseta
de seus países, elas vão fazer parte de Porto Alegre durante esses 12 ou 14
dias. Realmente, achamos que o atletismo é a melhor maneira de inserção social,
cultural e demonstração de qualidade de vida. Então, Dr. Thiago, obrigado pelo
espaço, obrigado pela participação dos Srs. Vereadores. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Dr. Thiago): Agradecemos a presença do
Sr. Francisco Hypólito da Silveira, representante da Associação Brasileira de Atletismo Máster.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h56min.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 14h57min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, conforme acordo na reunião de Mesa
e Lideranças, a Pauta seria antes do Grande Expediente; no entanto, requeiro
que seja mantida a ordem dos trabalhos, passando, de imediato, ao Grande
Expediente.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João
Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo indicação da Ver.ª Jussara Cony para
representar este Legislativo na Comissão Municipal da Conferência das Cidades.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
um cumprimento especial à minha filha Andréia. Da última vez que vocês tiraram
fotos, me pegaram com os dois olhos; agora tira uma bem bonitinha deste aqui,
que ele enxerga bastante também!
Não podia deixar de vir a esta tribuna senão em
agradecimento a todos vocês, meus queridos colegas, às pessoas que nos
apoiaram, à minha família – esposa e filhas. Vou ler para procurar não
esquecer, o nome de algumas pessoas que foram fundamentais para que eu tivesse
condições de estar aqui hoje em razão de um diagnóstico precoce, Ver. Paulinho,
da minha doença; se não tivesse ocorrido o diagnóstico precoce eu não estaria
aqui. Ver. Dr. Thiago Duarte, V. Exa. que é médico sabe muito mais do que a
gente, vocês médicos têm condições de avaliar, mas eu passei por essa situação,
eu sou uma testemunha viva de que se tivesse dependido, como milhares de
pessoas dependem, única e exclusivamente do SUS, eu não estaria aqui.
Evidentemente que eu tenho um plano de saúde pelo meu escritório profissional
há 20 anos, mas as minhas amizades, os meus amigos foram também fundamentais
neste curto espaço percorrido ainda agora no mês de março. Curto espaço se
olharmos o calendário; para mim foi uma eternidade! Confesso a vocês... Vou
encurtar essa conversa, senão eu vou chorar. Os meus amigos médicos, a começar
pelo Dr. Thiago Duarte, que foi incansável, diziam e dizem que eu tive um
melanoma; eu digo que eu tive um câncer, bem grosso, bem violento. Eles são
mais refinados; cientificamente, para eles, eu tive um melanoma de corpo
ciliar e coroide, uma coisa mais ou menos assim, mas, na verdade, tive um
câncer. E quero, então, homenagear o nosso Presidente, o Dr. Thiago, que foi
incansável, assim como o Fernando Lorenz de Azevedo, da Diag Laser, o Dr. Jacó
Lavinsky – estou treinando ler com um olho só, eu ainda vou ficar sem óculos –,
Dr. Amarílio Vieira de Macedo Neto, Diretor do Hospital de Clínicas. Gente, num
primeiro momento, apresentou-se a possibilidade de ter metástase. Aí nós já
estávamos tratando, também, com a possibilidade de retirada completa de dois,
três arcos costais, o que chamo de costela.
Aí vieram os Drs. Rolf Udo Zelmanowicz, Oly Campos Corleta, Carlos L. Filho e sua esposa, Dra. Clenia, Geraldo Pereira Jotz,
que foi incansável. Foi o Dr. Geraldo que, num momento crucial, perguntou: de
todos os exames, já fizeste o PET/CT? É um exame de ponta que investiga as
células cancerígenas no corpo. Daí eu disse, Doutor, estou cheio de exames, eu
não sei se fiz. Aí ele disse-me para ter calma e deu-me a requisição do exame.
Eu fui fazer esse exame, que desencadeou um outro tipo de investigação, e, logo
em seguida, veio a confirmação de que não teria metástase. Então, o Geraldo foi
uma peça fundamental também. Agradeço ao meu cirurgião, o craque, o goleador
dessa partida: o Dr. Marcelo Krieger Maestri. Mas antes, também quero agradecer
a todas as pessoas que trabalham nesses hospitais, tanto no hospital de
Clínicas, quanto no Hospital Mãe de Deus. Eu não me lembro das pessoas que me
atenderam, mas foram tantas; teve um dia em que eu estava em um estresse e
estava a fim de suspender tudo que era tipo de exames, porque eu já não
aguentava mais. A Auxiliar de Enfermagem Sandra, do Hospital Mãe de Deus – nem
sabe que eu sou Vereador, nem sei se ela sabe meu nome – citando o seu nome
quero homenagear todos que participaram desse trabalho de investigação da minha
doença e da feitura desses exames pré-operatórios que foram tão necessários.
Gente, o Dr. Marcelo Maestri foi o cirurgião que operou. Todos foram
importantes. O Ver. Dr. Thiago foi incansável, muitas vezes me acompanhou e me
aconselhou, chegou a brigar comigo porque eu estava demorando muito para fazer
a cirurgia. Mas eu não estava demorando, é que quando tem um grupo de pessoas
muito grande querendo ajudar, principalmente médicos, e eu vinha administrando
isso. Fiquei trabalhando até os últimos dias, muitas vezes, disfarçando.
Lembro que tem uma foto minha com a Ver.ª Sofia.
Ela estava com leque, que é como eu chamo. Nós estávamos sem ar-condicionado –
saiu nos jornais –, e a Ver.ª Sofia estava olhando para os meus olhos. Nós
estávamos conversando com discrição, e eu dizia para ela: não chame a tenção,
mas o câncer está aqui nesse olho direito. Esse olho eu vou perder. E ela
disse: não, estás brincando comigo!? Mas era verdade. O Dr. Marcelo – eu tenho
uns minutos ainda, eu vou contar isso para vocês – foi fantástico nisso tudo. O
Ver. Cecchim me disse que ia me indicar um médico, que é um médico de ponta.
Coincidentemente era o médico com o qual eu estava me tratando. Eu enfrentei,
não vou dizer, não falem que eu enfrentei minha cirurgia com coragem. Por
favor, taquígrafas, eu não tinha oportunidade de fazer outra coisa, não tinha
outra saída, não digam que eu tenha tido coragem, eu não tinha outra saída.
Enfrentei o que precisava enfrentar. E com a força de vocês e dos meus amigos
nós vencemos.
O Dr. Marcelo Maestri chegou de manhã – eu nunca
tinha passado por uma cirurgia, Ver. Dr. Thiago, eu não lhe contei essa – eu
não sabia, estava todo mundo com o mesmo uniforme, fardadinho, paramentado,
esperando a sua vez de entrar. E o mais “enrolãozinho” sempre é o anestesista,
e dessa feita, comigo, também foi, chegou me agradando e de repente não vi mais
nada. Mas antes o Dr. Maestri apontou...Eu vi que ele já estava pronto, parecia
que vinha com a chaira. E eu disse: tudo bem, doutor? Diz ele: “Tudo bem! O que
houve, meu amigo?” O senhor dormiu bem, se alimentou bem, o senhor está
tranquilo, Dr. Maestri? Diz ele: “Sim”. É o que me preocupa nesse momento: a
sua tranquilidade. Claro, estou na mão dele, né? Ele sentou, e eu perguntei no
ouvido dele – isso eu contei para a Mônica ontem -: doutor, qual é o olho que o
senhor vai operar? E ele olhou para mim e disse: “O da direita, Bernardino”.
Então, vamos fazer uma marquinha aqui. Aí ele pegou uma caneta, Dr. Thiago, e
fez um xis. Eu passei o dedo e não vi nada. Disse ele: “Um momentinho só”. Foi
lá, buscou um lápis e fez uma pichação aqui no meu olho. Quando eu passei a
mão, ela saiu suja. Eu disse: agora eu senti firmeza. Então, foi com esse
espírito, Dr. Thiago, mas alimentado pelo apoio de todos vocês, dos meus
colegas aqui da Casa, enfim, por tudo. Eu só levei disso uma certeza: muitos
que percorreram e percorrem o mesmo caminho que eu percorri não estão aqui e
nem estarão. Eu só estou aqui porque houve um diagnóstico precoce da minha
doença. Eu não posso esquecer, de jeito nenhum, desse fato. O diagnóstico foi
muito importante. Ver. Dr. Thiago, eu tinha, tenho e terei, pelo resto da vida,
a responsabilidade de levar essa mensagem: diagnóstico precoce. Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Bernardino, pela sua manifestação e,
mais do que tudo, pelo seu depoimento e pela sua lição de vida. Mais uma que
nós aprendemos.
Passamos ao
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra em Grande Expediente.
(O Ver. Bernardino Vendruscolo assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. JUSSARA
CONY: Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu quero dizer que é muito
importante para mim fazer o primeiro Grande Expediente nesta Casa, como
profissional de Saúde, no momento em que temos a presença destes dois homens
aqui: um médico e o Bernardino, cujo depoimento, voltando a esta Casa e sendo
recebido com o amor de todos nós, relatando o direito que teve ao seu
diagnóstico precoce que salvou a sua vida justifica o meu Grande Expediente,
porque eu vou falar sobre saúde e sobre o direito do diagnóstico precoce que
todos deveriam ter. Eu acho que o Bernardino é o melhor exemplo para que a gente
se manifeste e dá mais força para eu me manifestar naquilo que eu trouxe no dia
08 de abril, um dia depois do Dia Mundial da Saúde. Primeiro, pede-me a Ver.ª
Luiza Neves – eu faço com muita honra, porque ela não tem tempo hoje – que eu
comunique a importância da implantação, hoje, da Frente Parlamentar pelo Fim da
Violência contra as Mulheres, que a tem como Presidente; Alberto Kopittke, como
Vice; eu tive a honra de ser escolhida, convidada pela Vereadora, para ser a
Relatora. Foi um momento importantíssimo desta Casa e terá desdobramentos
fundamentais, até porque a violência também é uma questão de Saúde pública.
E também faço este Grande Expediente, colegas
Vereadores, dizendo do significado da minha volta a esta Casa, 30 anos depois
de ter sido, junto com o Caio Lustosa, a proponente da criação da Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, que hoje está sendo dirigida pelo Ver. Paulo Brum, numa
articulação com os nossos colegas da própria COSMAM. É uma Comissão que tem
sido fundamental no trabalho, sempre, durante todos esses anos, e agora sob a
sua direção, Vereador. A gradeço, de público, pela confiança que me tem
depositado, sempre que me designa uma tarefa, ou que designa uma tarefa para
todos nós. Tem sido uma honra e um prazer trabalhar contigo. Digo isso também
na presença do Ver. Christopher Belchior Goulart, porque dizia ele na semana
passada, que quando se fala em reformas de base, fala-se mais na Reforma
Urbana, na Reforma Agrária, na Reforma Tributária, na Reforma Política, e
esquece-se de uma Reforma que fez parte da vida do seu avô, que foi parte,
inclusive, do motivo da renúncia dele.
Nós tivemos uma Sessão aqui, na semana passada, que
disse tudo, pois a Reforma Sanitária fez parte das reformas do Governo João
Goulart. A Reforma Sanitária partiu da 3ª Conferência, em 1963, foi,
naturalmente, abortada pelo regime militar e retomada, em 1986, com a 8ª
Conferência e, depois, no processo da Assembleia Nacional Constituinte.
Faço este meu Grande Expediente como quem aos 19
anos, por concurso público, entrou para a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul e se tornou uma funcionária da Faculdade de Medicina, depois se tornou uma
farmacêutica, teve vários mandatos dedicados à Saúde, ou seja, uma vida
dedicada à busca, Mônica, desse importante espaço para qualidade de vida de
todos nós. Quero dizer que é à busca ainda da saúde do nosso povo que eu dedico
este Grande Expediente num dia depois do Dia Mundial da Saúde. Eu sempre
agradeço pela dádiva de ter vindo em um tempo histórico e de continuar no
processo do SUS, que este ano faz 25 anos, na busca de enfrentar os desafios
postos em diversas instâncias das quais tenho participado, inclusive no Grupo
Hospitalar Conceição. Houve uma conquista cotidiana do Sistema Único de Saúde,
o maior projeto público de inclusão social no Brasil, com valores políticos,
econômicos, culturais, éticos e humanos, uma referência para o mundo, por ser
uma política de Estado e não uma política desse ou daquele Governo.
Também quero trazer algumas reflexões neste Grande
Expediente, já que eu tenho participado há 50 anos, desde 1962, na área da
Saúde. Primeiro, quero falar sobre o atual modelo de desenvolvimento do nosso
País, pois entendo que nós temos o dever de fazer com que Porto Alegre esteja
em sintonia com ele; nós, afinal, somos Vereadores de Porto Alegre. Num modelo
que busca aliar crescimento com inclusão social, a Saúde se revela como
estratégica, Ver. Kopittke, assim como a Segurança pública e a Educação; a
Saúde é estratégica para que nós possamos ter, como elemento fundante desse
modelo de desenvolvimento, a qualidade de vida, a democratização nas decisões;
a Saúde é um espaço de democratização através do controle social, valorização
dos trabalhadores em Saúde, necessidade de gestão pública com eficiência,
qualidade e controle social pró-ativo. Os dados da Saúde nos dão a sua
relevância: a Saúde e a expansão no Sistema Único, ainda mais agora com o
crescimento, com a passagem de um importante setor de classes menos
favorecidas, pelo sistema em que vivemos, para a classe média – e a classe
média está entrando no SUS, e é bom que entre, porque é uma classe que a vida
inteira dinamizou a busca de seus direitos e vai ajudar muito a todos na busca
dos direitos no Sistema Único. O sistema público de Saúde como um todo gera 9
milhões de empregos; sendo 2,5 milhões diretamente; também representa 10% dos
postos formais de trabalho qualificado; representa 8% do PIB nacional; dinamiza
desenvolvimento em ciência e tecnologia, principalmente após a criação, durante
o Governo Lula, com o Ministro Temporão, do complexo industrial e assistencial
da Saúde, com impactos muito positivos no nosso desenvolvimento econômico
social, científico e tecnológico. Eu faço essa digressão um dia depois do Dia
Mundial da Saúde, ontem, dia 7 de abril. E as lutas que vão permear todo o
Brasil na próxima semana também estarão em busca de Saúde pública de qualidade
para todos. Nós estaremos representando esta Casa – agradeço tanto ao Ver.
Paulo Brum quanto ao nosso Presidente por essa representação – no Movimento
Saúde + Dez, no sentido de buscar que 10% da Receita da União seja voltada para
a Saúde, porque uma Emenda Constitucional, no Congresso Nacional, determinou,
Ver. Paulo Brum – nós estamos discutindo isso todos os dias na nossa Comissão
–, para os Municípios e para os Estados, mas não determinou para a União.
Então, estaremos nesse Movimento, no dia 10, o Brasil inteiro, com um Projeto
de Emenda Popular, que teve R$ 1,5 milhão de assinatura, no Congresso Nacional.
A Presidente Dilma precisa dessa luta popular para que tenhamos 10% da União
para a Saúde. Isso é fator estratégico para o SUS; não é só o financiamento,
nós precisamos, cada vez mais, municipalizar, mas não adianta municipalizar sem
o aporte de recursos, nós precisamos de gestão pública de qualidade, fazer
regulação, fazer regionalização da Saúde, aumentar a participação do controle
social para que possamos ter o SUS de qualidade para todos.
Em que pesem as dificuldades históricas e
estruturais para o SUS se materializar na vida das pessoas, o SUS, esse Projeto
de tal envergadura, já ocupa um importante espaço na sociedade, mais ainda na
percepção dos direitos de cidadania. Saúde não é apenas... Ver.ª Luiza, hoje
nós discutimos na Comissão, liderada por Vossa Excelência... A Ver.ª Lourdes
estava de manhã, juntamente com o Ver. Dr. Thiago e conosco, na luta dos
filantrópicos pela recomposição do pagamento. E por isso o movimento dos 10%
também é importante. Eles também estão nesse movimento! Esse Projeto ocupa esse
espaço. Nós conquistamos na Constituição que Saúde é um direito de todos e um
dever de Estado, inclusive o próprio Fórum Social Mundial da Saúde, em 2005,
deixou muito claro que Saúde é um direito humano, e, como tal, tem que ser
percebido pelo Estado como ente público! Agora, é um espaço de conquista e que,
cada vez mais, tem de ir além da retórica e das boas intenções. Nós temos que
tirar o SUS da lei e colocar o SUS na vida! Tem lacunas, tem entraves na
política, nas concepções ideológicas que permeiam a sociedade em que nós
vivemos, no cotidiano das lutas coletivas. Tem entraves? Tem. A articulação,
por exemplo, é ineficiente, ou seja, a falta de compreensão política da
dimensão do SUS, da Saúde, com as demais políticas públicas. Infelizmente, nós
ainda temos historicamente gestores que não atentam para o seu dever de ter a
visão republicana. O SUS neste País não se faz sem a integração da União, dos
Estados e dos Municípios e também sem a transversalidade de ações com outras
políticas públicas, como emprego, educação, cultura, ambiente, lazer, esporte,
Segurança pública! Outro entrave é a iniquidade do acesso para doenças que
poderiam ser resolvidas na porta de entrada. Por isso que nós temos que
avançar! E a nossa Comissão, liderada pelo Ver. Paulo Brum, está tendo um papel
importante. Nós temos que avançar na implantação da Estratégia de Saúde da
Família, que é a porta de entrada com qualidade, com equipe multidisciplinar! É
impossível que nós ainda tenhamos iniquidade do acesso para hipertensão, para
diabetes, para doenças étnico-raciais, para a saúde da mulher, para a
tuberculose, o câncer, as doenças transmissíveis e negligenciadas. Outro
entrave é a oferta de serviço desigual territorialmente. Por isso que nós temos
que regionalizar e regular a Saúde. Há um descompasso entre a evolução da
assistência e a base produtiva da inovação em Saúde. Por exemplo: Porto Alegre
é uma Cidade que pode vir a ter, a exemplo do Brasil, na época do Governo Lula
e do Ministro Temporão, um complexo de saúde, ciência e tecnologia a serviço do
povo, com geração de emprego, renda, saúde e vida! Nós temos potencial, Mônica,
para um complexo industrial e assistencial da saúde na cidade de Porto Alegre!
Ainda não há organização do SUS como uma rede federativa, regionalizada,
hierarquizada! Eu tenho que dizer isso, faço parte do Governo Estadual, faço
parte do Governo Federal! Nós estamos aqui numa oposição construtiva com o Governo Municipal; mas sou construtora do SUS com a consciência,
como profissional farmacêutica, com a convicção – depois de 30 anos dentro de
uma universidade só trabalhando em saúde – de que, se nós não tivermos essa
visão de estado da Saúde, de trabalhar o conjunto dos gestores públicos, nós
não teremos um SUS de qualidade. Tem que parar, de vez em quando, e discutir,
forjar unidades, sentar, refletir, implementar, superar a desigualdade na
oferta. Para isso, tenho dito ao Secretário Casartelli, nas nossas reuniões,
que nós precisamos regionalizar e regular o Sistema de Saúde. Isso é uma
decisão política dos gestores. O nosso papel, como Poder Legislativo, é forçar
essa decisão política, sair dos modelos burocratizados de gestão, desde a
União, Estados e Municípios. Se forem burocratizados, as Unidades de Saúde vão
estar burocratizadas, e os trabalhadores não terão assistência. Aqui já aproveito
para reafirmar o meu compromisso com a tua proposta dos postos 24 horas. Cada
Vereador traz aqui um pouco da sua luta, do seu trabalho para somar nessa luta
pela Saúde. E quem paga a conta são os trabalhadores: os que atuam na ponta e
os que não tem a ponta para chegar. Hoje é um desafio hoje para Porto Alegre –
a nossa Comissão está discutindo – a conversão das Unidades Básicas de
Estratégias de Saúde da Família. Nós temos que superar as divergências mínimas,
burocráticas; temos que ter a decisão política de implantar as Estratégias de
Saúde da Família. Decreto – é por aí que vamos ter a porta de entrada e vamos
trabalhar com saúde e não com doença.
O subfinanciamento
para os prestadores públicos, filantrópicos e privados. Hoje de manhã, a Santa
Casa foi um exemplo de uma luta que vai se juntar ao Movimento SOS SUS, o
Movimento Saúde + 10. A questão do financiamento, já falei, são anos de luta.
Aqui no Rio Grande do Sul, nós somos autores do Projeto de Emenda à
Constituição dos 12% para a Saúde, que foi fator de mobilização nacional.
Depois de 12 anos, o primeiro Governo que envia para a Assembleia Legislativa
os 12% foi o Governo Tarso.
Enfim, senhores, nós
precisamos ter concurso público, isonomia para os trabalhadores. Não dá para
ter trabalhadores da União, Estados e Municípios com salários diferentes,
exercendo o mesmo cargo, com cargas horárias diferentes. Aí é uma questão dos
trabalhadores da Saúde que temos que defender na raiz da questão, porque é um
trabalho diferenciado. Precisamos das 30 horas para os trabalhadores da Saúde,
as 40 horas para os trabalhadores como um todo, desde o nível federal até a
ponta. O que se vê hoje? Se não tivermos Programas de Estratégia de Saúde da
Família, o que acontece? A superlotação das emergências dos hospitais. Eu
abomino, digo aqui para os senhores, abomino, como cidadã, que culpem os
hospitais públicos, como o Hospital de Clinicas e o Grupo Hospitalar Conceição,
não porque estive lá, pois estive muito antes na defesa dos trabalhadores do
Conceição e na defesa daquele espaço como espaço público, que são os portas
abertas e os que atendem a população. Não tendo Estratégia de Saúde da Família,
lotam as emergências, quem atende mais são os hospitais públicos, e eles são
criminalizados. Isso é uma injustiça com o Sistema Único de Saúde.
Finalizo, Senhores,
dizendo, Ver. Bernardino, que me sinto muito feliz de poder estar fazendo essa
digressão, um dia depois do Dia Mundial da Saúde, sobre o nosso SUS, com a sua
presença aqui, porque o senhor é um exemplo, pois o diagnóstico precoce salvou
a sua vida. O senhor disse nesta tribuna que quer que todas as vidas sejam
salvas e tenham diagnóstico precoce. É por isso que temos que lutar por esse
SUS para todos, inclusivo. E é por isso que nós, nesta Câmara, propusemos à
COSMAM, já aceito, que tenhamos seminários de construção do SUS através da
participação do controle social, chamando o Executivo, unindo a União, o Estado
e Município, numa cidade como Porto Alegre, que é um potencial enorme de
ciência e tecnologia para ser uma referência para o Brasil na implementação do
Sistema Único de Saúde. Tem que ter, Ver. Janta, vontade política; os gestores
se unirem para construir...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente, por
cedência de tempo da Ver.ª Lourdes Sprenger.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo, seja bem-vindo a esta Casa novamente.
Estarei viajando a Brasília, na quarta-feira, em representação desta Casa,
porque terei uma audiência com o Presidente da Infraero, marcada pela Senadora
Ana Amélia, para lá tratar do assunto da expansão da pista do nosso Aeroporto
Internacional Salgado Filho, que efetivamente já tem recursos assegurados para
essa ampliação de 920 metros, para então poder receber aviões de grande porte,
de carga e misto – de passageiro e carga –, algo fundamental para a nossa
economia.
Na Audiência Pública
que fizemos aqui – o Ver. Cecchim estava presente –, vimos que estudos informam
que a economia gaúcha perde R$ 3 bilhões por ano em exportações. Ou seja, as
nossas exportações não são feitas pelo Rio Grande do Sul; são levadas a São
Paulo e a Santa Catarina para embarcarem pelos portos ou pelos aviões, em
Viracopos ou em Campinas. É uma vergonha para o nosso Estado!
Recentemente, o
jornal Zero Hora disse que Porto Alegre, entre as capitais, é a que está com as
obras mais atrasadas, com relação aos aeroportos, referindo-se ao nosso
Aeroporto Internacional Salgado Filho. Espero que consigamos, eu e a Senadora
Ana Amélia, uma definição da abertura do processo de licitação para,
finalmente, começarem essas obras. Sr. Presidente Ver. Bernardino, essas obras
já têm investimentos elevados realizados, Ver.ª Séfora. Por exemplo, a própria
Infraero está aumentando o pátio de aeronaves, está concluindo o novo depósito
de combustíveis, está construindo o novo terminal de cargas e também o novo
prédio de estacionamento. Já investiu grandes recursos na reforma do antigo
prédio do nosso Aeroporto, hoje chamado Terminal 2; já está comprando o ILS 2,
que é o aparelho antineblina.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, faço um aparte a V.
Exa., porque o senhor é o Presidente da Frente Parlamentar do Turismo. Admiro o seu trabalho, acho que o senhor é um Parlamentar que trabalha
e se esforça muito, mas, ao mesmo tempo, eu penso que, para adequar o turismo,
tem que funcionar a vida noturna, como os restaurantes, os bares, enfim, tudo o
que representa a Cidade. Turismo é isso, porque quando a gente vai a cidades
como o Rio de Janeiro ou Salvador, a gente também vai aos bares e restaurantes.
Pergunto a V. Exa. como fazer com que os restaurantes e bares funcionem até
mais tarde. Eu gostaria que o senhor me explicasse, porque, realmente, quando
eu apresentei o projeto, V. Exa. não votou comigo, mas eu quero saber como
podemos adequar esse turismo que o senhor prega.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver.
Brasinha. Tudo é equilíbrio, tem que ter horário para iniciar e para terminar.
Também as casas noturnas não podem exagerar no horário. Então, eu tento ser
pelo equilíbrio.
Continuando sobre o
nosso Aeroporto Salgado Filho, também o DNIT já construiu vários viadutos de
acesso ao nosso aeroporto. Então, são investimentos grandes; o próprio Estado
já desapropiou, Ver. Idenir Cecchim, grande parte do Jardim São Pedro. O
Município está ampliando a Av. Severo Dullius, já está doando o terreno da expansão
da pista, já retirou a Vila Dique, com 1.400 casas e em breve irá retirar parte
da Vila Nazaré, com mais 1.300 casas.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, cumprimentos pelo seu
pronunciamento. Esse é um assunto que está deixando a cidade de Porto Alegre de
joelhos perante a Infraero, e V. Exa. já elencou ali uma série de providências
que o Município já tomou, já gastou, já fez. Eu só queria aproveitar o seu
pronunciamento para deixar registrado e, ao mesmo tempo, pedir que o Governo do
Estado faça metade do que está fazendo, pelo menos da boca para fora, porque o
Governo do Estado não está fazendo nada por nada, mas metade do que ele faz com
as suas instâncias em favor do aeroporto chamado “20 de Setembro”. Então, que,
antes, o Governador Tarso Genro se preocupe em garantir essa obra. Nós estamos
precisando disso. Só está faltando o Governo do Estado entrar pelo menos com o
apoio político. Obrigado, Vereador.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Vereador.
Já vou lhe responder. Quero lembrar que a iniciativa privada também está
investindo no entorno do nosso aeroporto, já construiu três hotéis novos na
região que já estão funcionando. Respondendo a V. Exa, quero dizer que não
podemos ser contra a construção de um novo aeroporto, em absoluto, mas a obra
vai demorar no mínimo 15 anos. Nós não podemos permitir que o Estado perca R$ 3
bilhões por ano durante mais 15 anos. Isso dá R$ 45 bilhões de prejuízo para a
nossa economia. Somos a favor de construir um novo aeroporto, de acordo com a
viabilidade, mas temos que garantir isso. Porto Alegre não abre mão da expansão
da pista do nosso Aeroporto. Alguns dizem que o nosso Aeroporto já vai estar
superado daqui a cinco ou seis anos. Isso não é verdade. Dizem que o aeroporto
não tem espaço para a segunda pista; por isso, ele vai ser superado daqui a
cinco, seis anos. Isso não é verdade. Explico: hoje, o nosso aeroporto tem
capacidade para atender até 13 milhões de passageiros. Ele está, Ver.
Christopher, com a capacidade realizada de 8 milhões, ou seja, ainda tem a
possibilidade de atender a mais 5 milhões de passageiros por ano.
O Aeroporto
Internacional de Gatwick, em Londres, tem uma pista só e atende, Ver. Paulo
Brum, a 33 milhões de passageiros por ano. Ora, se o nosso Aeroporto tiver
aumentada a sua pista, poderá também atingir essa possibilidade de 33 milhões
de passageiro por ano. Ele atende hoje a oito. Se triplicar, o seu atendimento
chegará a 24. Então eu tenho ainda dez milhões de passageiros para essa possibilidade.
Mesmo se atingir esse esgotamento, daqui a 15 ou 20 anos, o Rio Grande do Sul
pode suportar dois aeroportos internacionais, porque o Rio de Janeiro tem dois;
São Paulo tem praticamente tem três, com o Viracopos ali ao lado; Minas Gerais
também tem dois: Pampulha e Confins. Então por que Porto Alegre vai perder o
seu Aeroporto, na Cidade, que leva uma grande vantagem sobre as outras cidades?
Não, Porto Alegre não pode abrir mão de nosso Aeroporto. A Câmara de Vereadores
tem um trabalho grande sobre isso também. A Frente Parlamentar do Turismo, e os
30 Vereadores desta Casa que a compõe vão lutar por isso. Então eu espero ter
sucesso na minha viagem a Brasília em representação desta Casa.
Nos ouvimos aqui o Ver. Bernardino. Todos os seus
colegas ficaram emocionados com o seu depoimento no retorno a esta Casa, porque
viram que V. Exa. lutou por um valor fundamental, que é a vida. Aí o senhor
viu, e nós todos temos essa consciência da importância do talento da vida. É o
maior talento que Deus nos deu, Ver. Tarciso Flecha Negra, e V. Exa. conhece
muito bem isso. Agora, depois dessa luta pela vida, nós vimos a dedicação de
seus médicos, e, tristemente, eu vejo que o Conselho Federal de Medicina
recomendou à equipe que está reformando o Código de Processo-Crime o aborto até a 12ª semana! Nós lutamos pela vida; por outro lado, os médicos
recomendam assassinar crianças indefesas que não podem se defender. É triste
ver isso, muito triste.
Os médicos gaúchos já
repudiaram essa recomendação do Conselho Federal de Medicina. Esses médicos,
Ver. Bernardino, estão comprometidos com a saúde e não com a doença, jurando
defender a vida e não a morte!
Então, nós lamentamos
que médicos que juraram o seu compromisso com a vida querem defender a morte,
mas não a morte, o assassinato de crianças indefesas. Nós precisamos preservar
a vida, porque todos nós sabemos o valor que ela tem. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Estimados colegas,
muito boa-tarde a todas e a todos que nos assistem pela TVCâmara no Plenário.
Quero trazer, em nome da Bancada do PT, a nossa alegria, Ver. Bernardino, pelo
seu retorno, nossos votos pelo seu pronto restabelecimento. O senhor, nesse
pouco tempo de convivência que eu, pessoalmente, tenho tido, tem o nosso
carinho e a nossa admiração.
Trago aos colegas, em
nome da nossa Bancada, uma reflexão sobre o que a nossa Cidade tem vivido
nesses últimos 15, 30 dias. Como todos sabem, no dia de hoje, os
porto-alegrenses estão pagando menos pela passagem de ônibus do que pagavam na
sexta-feira. Faço um cumprimento aos colegas da Bancada do PSOL, Ver. Pedro
Ruas e Ver.ª Fernanda Melchionna, pela iniciativa da ação. Não é por
sermos de Bancadas diferentes que nos eximiríamos de transmitir esses
cumprimentos, porque Porto Alegre, nesses dias, viveu a essência da democracia,
Ver.ª Sofia, novamente nas ruas, com um novo tipo de movimento que vem varrendo
o mundo todo contra as mais diversas injustiças. Diferentemente daqueles que já
apregoaram o fim da história, daqueles veículos de comunicação que tentam
colocar toda a política numa mesma vala comum, os jovens do mundo
inteiro...Nesses últimos dias, em Porto Alegre, os jovens se ergueram de
maneira autônoma e consciente, exercitando a sua liberdade, voltando às ruas
com todas as bandeiras de liberdade, exigindo da Prefeitura Municipal a redução
da passagem de ônibus.
De maneira triste, esta Cidade, que já foi conhecida
mundialmente como a Capital da democracia, viu as portas da sua Prefeitura se
fecharem para os mais de 5 mil jovens que foram às ruas pedir que o Prefeito os
ouvisse, mas, infelizmente, não encontraram a porta aberta para o diálogo.
Infelizmente, a participação e a democracia, nesta Cidade, viraram apenas
figura de retórica, viraram apenas um bordão a ser utilizado em campanha de marketing no período eleitoral, porque
ela não é mais praticada como a Cidade já foi conhecida.
Infelizmente, esse movimento dos mais diversos
segmentos políticos da Cidade não foi recebido pelo Sr. Prefeito e nenhum
momento. Ele, até 24 horas antes da liminar da Justiça, dizia que não abriria
mão do aumento da passagem. Mas, graças à mobilização das ruas e graças à
decisão da Justiça, a Prefeitura teve que recuar e, somente depois disso, dizer
que não iria recorrer da liminar.
Não é essa a Cidade que nós queremos – uma Cidade
onde o Executivo Municipal não mais escuta os movimentos sociais, o diálogo não
é mais exercido nesta Cidade. Nós estamos aqui para dizer que vamos acompanhar
de maneira muito firme o compromisso da Administração, mais uma vez feito. Esse
é um compromisso, Ver.ª Sofia, conforme V. Exa. me lembrava, dito desde 2011,
de que seria feita a licitação no transporte público. Até hoje a Cidade ainda
não viu essa licitação. Nós vamos cobrar firmemente. E mais, eu tenho certeza
de que a juventude de Porto Alegre estará nas ruas exigindo essa licitação do
transporte público, que é mais do que um favor que o Prefeito faz, é um dever
que ele tem que fazer com a Cidade para que possamos efetivamente ter um
transporte público de qualidade. Nossa saudação aos milhares de jovens que
voltaram às ruas desta Cidade exercendo sua liberdade. Em pleno outono de Porto
Alegre, nós vemos a primavera da democracia florescer novamente. Um grande
abraço e boa semana a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Uma boa-tarde a todos. Muito bem-vindo, Ver. Bernardino – já estivemos
ontem no programa da Rádio Gaúcha, cedo da manhã. Eu quero fazer um registro
nesta tribuna: passadas as manifestações pela redução do valor da passagem de
ônibus de Porto Alegre, após uma decisão judicial de suspender o aumento, o que
havia restado até o dia 4, quinta-feira, era um prejuízo de mais de R$ 30 mil!
Eu disse até o dia 4, data do último protesto, que era para ser pacífico, uma
manifestação espontânea e pacífica.
Aliás, quero fazer aqui um registro muito
importante: sou a favor de toda e qualquer manifestação pacífica; agora, não
ato de terrorismo, porque, no seu final, o prejuízo aumentou para os cofres
públicos com a depredação, com a pichação da sede da EPTC, tendo isso ocorrido
após a notícia de que o aumento fora retirado. Ora, meus senhores e minhas
senhoras, isso é um ato de terrorismo! Eu, que fui Secretária de Estado da
Cultura, não posso, de forma alguma, conceber isso, pois houve um atentado
contra a integridade física das pessoas e contra o patrimônio cultural da minha
Cidade, da sua Cidade, da Capital do Rio Grande do Sul.
Peço aos senhores que acompanhem as fotografias
projetadas. No dia, 27 de março, no ataque ao Prédio da Prefeitura, que é
tombado, só o restauro da porta de madeira entalhada, que terá de ser
restaurada pela equipe do Patrimônio Histórico, custará R$ 15 mil. O registro
que quero fazer aqui, como ex-Secretária da Cultura do Estado do Rio Grande do
Sul, que fez uma gestão preocupada com o zelo do dinheiro público, focada em
muitas ações pela preservação do patrimônio cultural, e como Vereadora que
criou o serviço do disque-pichação, é o meu questionamento sobre a necessidade
do vandalismo. É possível transgredir, chamar a atenção e atingir objetivos com
palavras, com mobilizações, com marchas organizadas, com faixas, com cartazes,
com caras pintadas, gritos de guerra, carros de som, o que for, mas agressão e
violência maculam tentativas destinadas à busca de melhorias para o bem comum,
como foi o caso da recente luta de estudantes e organizações para a redução da
passagem. Olha, além do prejuízo para os cofres públicos, a manifestação do dia
27 de março deixou um prejuízo pessoal para muitos trabalhadores da Prefeitura
de Porto Alegre, que tiveram o seu direito de ir e vir proibido no momento em
que ficaram presos dentro do prédio, acuados e ameaçados em sua integridade
física. E também para o cidadão que ficou trancado no trânsito e que não pôde
chegar ao centro da Cidade ou sair dele, que não tinha transporte para voltar
para a casa, que perdeu seus compromissos.
Desde quando impossibilitar o acesso das pessoas ao
seu destino é algo pacífico? Não desfazendo, de forma alguma, o trabalho feito
de maneira legítima pelos dois Vereadores, colegas Parlamentares do PSOL, que
se empenharam e foram vitoriosos com a ação cautelar.
Eu deixo aqui apenas o meu pensamento e sentimento
de amor pela minha Cidade, pela história da nossa Capital. Vê-la ser
desrespeitada me entristeceu, me incomodou. Protesto sim; vandalismo não,
jamais! Este registro eu tinha que fazer aqui nesta tribuna como representante
do povo de Porto Alegre. Estão aí as fotos, os senhores acompanharam. Essa não
foi uma manifestação pacífica, nem espontânea.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Ver. Bernardino Vendruscolo, primeiro eu queria
registrar a minha honra por ser presidida nesta Sessão por Vossa Excelência. Um
cumprimento da Bancada do PSOL pelo seu retorno e pela sua recuperação.
Lamentavelmente, vou ter que discordar da Ver.ª
Mônica Leal, porque três elementos me parecem fundamentais nesse debate. Ver.
Pedro Ruas, conversávamos muito sobre o direito de ir e vir da população, e a
Vereadora falava do direito de ir e vir da Prefeitura. Eu queria debater o
direito de ir e vir de 1,4 milhão de pessoas oneradas por uma tarifa abusiva,
cara e, comprovadamente, pelo Tribunal de Contas do Estado, superfaturada,
porque estavam sendo incluídos ônibus que não estavam a serviço da população
para aumentar o lucro dos empresários. Para vocês terem uma ideia, os
empresários tiraram do bolso dos porto-alegrenses, durante todo o ano de 2012,
com a conivência da Prefeitura, que sanciona os aumentos, R$ 0,25/dia,
totalizando, Ver. Pedro Ruas, R$ 72 milhões. E é por isso que nós queremos
cobrar esses valores tirados de cada um dos munícipes, que não podem ser
entregues individualmente, porque não tem como entregar para cada uma das
pessoas, mas que pode ir para o Erário Municipal – R$ 70 milhões.
Eu quero discordar sobre o problema da violência.
Ouvi atentamente a Ver.ª Mônica Leal, mas nunca vi a Vereadora reclamar da
violência que é a tarifa de ônibus na Capital; da violência que é uma mãe que
não pode levar o seu filho ao hospital porque faltam R$ 2,85 – seriam R$ 3,05,
se não fosse a luta dos estudantes e a ação do PSOL; que não pode recarregar o
Tri dos seus filhos, e eu já cansei de ver, por faltar recursos para pagar uma
tarifa abusiva.
Não vi também falarem que, pela primeira vez na
história, uma jovem negra, estudante, pobre, ficou presa dentro da Prefeitura
Municipal. Eu, que estive lá no final, vi com os meus olhos uma jovem jogada no
chão, violada em todos os seus direitos, algemada dentro da Prefeitura
Municipal! Nem na ditadura militar isso aconteceu. Sequer na ditadura militar
uma jovem ficou presa dentro da Prefeitura. Não vi reclamarem da abordagem ao
jovem que falou no D43 sobre a violência da Prefeitura e da mídia, que foi
preso dentro do ônibus por ter opinião; um jovem, se eu não me engano, chamado
Mateus, estudante da UFRGS. Isso é violência! Isso é violência contra a
população, é violência no direito de opinar, como fez a Prefeitura agora, ao
demitir uma funcionária da Carris por botar a sua opinião nas redes sociais. É
funcionária do povo desta Cidade, não é funcionária do Prefeito Fortunati! É
funcionária da nossa população e tem que ser readmitida imediatamente!
Violência é o abuso da passagem, é subir 670%, enquanto o salário mínimo
aumentou menos de 300%. Violência é o dinheiro de publicidade dos ônibus não ir
para o plano de saúde dos rodoviários, apesar de estar na lei. Violência é
tirar R$ 0,25 a mais, durante todo o ano de 2012, do povo sofrido da nossa
Cidade.
Eu quero dizer que não concordo que se tente
criminalizar o movimento estudantil. Terrorismo é violar as pessoas no direito
de ir e vir, com uma tarifa abusiva, num transporte de qualidade duvidosa.
Terrorismo é deixar as pessoas esperando 40 minutos na parada e irem que nem
uma sardinha enlatada para o trabalho porque os empresários querem ganhar mais.
Isso é terrorismo! Os jovens da nossa Cidade são heróis, heróis que tomaram as
ruas de Porto Alegre, Ver. Pedro Ruas, e fizeram o maior movimento da história
contra o aumento da passagem. E a nossa ação, corajosa, que começamos em 2011,
sob o comando de V. Exa., só foi vitoriosa porque guerreiros, homens e
mulheres, jovens que lutam e sonham, tomaram as ruas da nossa Capital,
aplaudidos pela população. Eu caminhei com os jovens, segunda-feira, e fomos
aplaudidos em todas as paradas pelas quais passamos, nas janelas do Centro,
porque a população está indignada com a violência que é a tarifa em Porto
Alegre. Portanto, parabéns a todos que lutam e sonham.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Meu caro Presidente, amigo Bernardino, que bom tê-lo de volta aqui na
nossa Casa, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores; há
violência! Aquele anjinho, minha cara Vereadora e amiga, Fernanda, agrediu
servidores e servidoras lá na Prefeitura, inclusive, alguns servidores da
Guarda Municipal que estão aqui. Nenhum anjinho simplesmente é preso por que
alguém achou que deveria ser algemado, meu caro Ver. Paulo Brum, simplesmente
vão algemar porque vão algemar. “Ele não fez nada, é um anjinho, mas ele
precisa ser preso.” Portanto, a questão, meu caro amigo Vereador e Líder, Pedro
Ruas, é bastante ampla e tem, sim, os seus reflexos.
A Ver.ª Mônica Leal, que conhece a questão da
cultura, aponta uma posição que eu também apontarei, porque V. Exa. tem razão.
Claro que vamos respeitar posições contrárias; agora, toda e qualquer
manifestação democrática precisa ser uma manifestação que demonstre e lute
pelas suas posições. Agora, chegar quebrando vidros e janelas e pichando
equipamentos públicos já é uma questão que merece uma restrição. Mas a
restrição é muito maior, meus caros Vereadores e Vereadoras, quando se
arrebenta equipamentos públicos tombados como patrimônio histórico da sociedade
de Porto Alegre. Quem de nós, situação e oposição, sempre zelando, sempre
atentos, sempre buscando preservar o patrimônio público da Cidade.
A segunda questão diz respeito à Sra. Karina, que
foi demitida da Carris. Ela foi demitida da Carris, certamente também porque
não é um anjinho, porque eu não acredito que simplesmente alguém demitiria um
servidor por pura e mera questão de talvez não gostar dele. É um ato
administrativo que o Presidente da Carris tem, sim, poder para tomar; agora
cabe à servidora tomar suas posições, que também vamos respeitar. Quero, como a
Ver.ª Mônica Leal, cumprimentar os Vereadores Fernanda Melchionna e Pedro Ruas,
que tomaram uma medida democraticamente correta: propuseram uma ação e tiveram
êxito – êxito parcial. Portanto, nós estamos aqui para dizer que a questão é,
sim, uma questão que envolve a Cidade. Todos nós, claro, estamos buscando uma
passagem justa, uma valor justo para a cidade de Porto Alegre. Então, merece
nossos registros; agora, merece falar da questão do servidor que foi... Eu não
sei, ali, na Prefeitura, teve as suas questões, sim, a servidora... Aí estamos
juntos, envolvidos na situação. O Prefeito deu o reajuste, assinou reajuste,
que a lei determina que deveria ser assinado. A ele não caberia outra posição,
a não ser essa. A Justiça mandou suspender; o Prefeito, sabiamente,
corretamente, não recorreu. Aguardamos a decisão, que é democraticamente da
Justiça da nossa Cidade. Um abraço a todos e obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. PEDRO
RUAS: Reiterando o que disse a Ver.ª Fernanda Melchionna, eu me manifesto
aqui saudando o Ver. Bernardino Vendruscolo, dizendo da nossa alegria em tê-lo
de volta ao comando dos trabalhos. Vereadoras, Vereadores, público que nos
assiste, há, de fato, divergências que se materializam nos pronunciamentos
feitos da tribuna. Eu quero dizer, Ver.ª Fernanda Melchionna, que eu concordo
com tudo o que foi dito por V. Exa., como, aliás, foi dito antes pelo Ver.
Alberto Kopittke.
Há muitos anos, fui colega da Ver.ª Jussara Cony,
meu caro Ver. Tarciso, há 30 anos, nesta Casa. E, já naquele tempo, nós
lutávamos contra esse império que são as empresas de ônibus em Porto Alegre.
Aliás, Ver. Ferronato, fui autor da Lei do Troco em 1987, na época em que não
havia ainda o vale, e, muito menos, o cartão, quando então as empresas de
ônibus “assaltavam” a população não dando troco em cada tarifa. Então, em cada
situação daquelas, nós já víamos o que era esse conglomerado, um verdadeiro
cartel, Ver. Idenir Cecchim, que se dedica a ganhar dinheiro. Alguém poderia me
objetar dizendo que ganhar dinheiro não é proibido. É verdade, desde que dentro
de certas normas, certas regras e certos limites. Com relação, por exemplo, a
um transporte coletivo de passageiros, que pela Constituição Federal, pela Lei
nº 8.666 – das licitações, pela Lei nº 8.133 – que criou a EPTC, esse serviço
só pode ser executado mediante licitação, mediante certame público de
concorrência.
E não era o que acontecia em Porto Alegre. Não é o
que acontece em Porto Alegre! Nós temos agora uma promessa do Prefeito. Por
outro lado, nós temos um estudo sério, um estudo técnico incontestável e
inquestionável do Tribunal de Contas, uma auditoria, mostrando que são vários
os desmandos que elevaram a tarifa ao patamar que tem hoje. Isso, Ver.ª Fernanda,
é violência sim. É, claro que sim. O famoso pensamento chinês, Ver.ª Jussara
Cony, de que se definem como violentas as águas de um rio, que tudo arrasta e
não dizem violentas as margens que o oprimem! Então o que nós vemos
é uma violência sistemática, de anos e décadas, que
nunca é denunciada como violência. Mas são as pessoas que não têm recursos
sequer para levar um filho ao hospital! Eu recebi, na semana passada, mensagens
de pessoas que sequer podiam procurar um emprego com a tarifa como estava e como
está! Mas quero dizer mais, isso é muito mais complexo do que se imagina,
porque, hoje, a nossa discussão deve ser, Ver. Ferronato, como essas empresas
vão devolver tudo que ganharam além do que determina a lei, além dos limites da
planilha – essa é a discussão! Essa foi a violência que ocorreu! A população
foi assaltada durante anos, anos e anos, seguidamente! E nós temos que discutir
é como buscar de volta esse dinheiro! Se não para o usuário, diretamente,
porque é impossível, foi um furto difuso, mas para os cofres públicos, ao
Erário Municipal. E aqui eu me sinto obrigado a divergir de V. Exa., Ver.
Ferronato, com relação à Karina. A Karina exerceu um direito de crítica! É um
direito, Ver. Ferronato, de critica! Ela não concordou e se manifestou. E, ao contrário
do que foi dito pela direção da Carris, o Prefeito não é o patrão dela! O
patrão dela é o povo de Porto Alegre! Ele disse que o Prefeito é patrão dela.
Não é! O Prefeito, por quem eu tenho muito respeito, talvez seja patrão de
algum empregado seu, na sua casa! Na Carris ele não é patrão de ninguém! Eles
são empregados do povo de Porto Alegre! Aquela trabalhadora, Ver. Janta,
sindicalista, tem os mesmos direitos que qualquer trabalhador ou trabalhadora.
E aquilo que ela fez não é justa causa nem aqui e nem em lugar nenhum! Quem
fala aqui é um advogado trabalhista com mais de 30 anos de militância. Aquilo
não é justa causa em lugar nenhum, Ver. Alberto Kopittke! Para nós é uma
surpresa negativa o fato de que um diretor da Carris, como o Sr. Vidal, venha
dizer que ela ofendeu o patrão dela! Ele não é patrão dela! Ela não é empregada
dele! Na verdade, o que aconteceu ali foi uma ilegalidade trabalhista por parte
do empregador! E nós não vamos aceitar! E concluo, dizendo o seguinte: aquela
moça, Ver.ª Fernanda, que, depois, até esteve num programa de televisão,
realmente teve os seus direitos de cidadania desrespeitados! Desrespeitados!
Ela foi jogada num canto, algemada, sem assistência alguma, e não se sabe de
nenhum fato delituoso atribuído a ela! Fizemos uma pesquisa, ainda na
sexta-feira, não há nenhum fato, não há nenhuma denúncia em relação a ela. Mas
o que é isso? Nós queremos saber quem cometeu a violência contra
ela! E, acima de tudo, a violência permanente do furto continuado, que foram as
tarifas de ônibus do transporte coletivo em Porto Alegre até o dia de hoje.
Isso vai terminar!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Bernardino Vendruscolo, é um prazer enorme ver o senhor comandando os
trabalhos. Realmente, o senhor é um grande homem. Eu tenho muito orgulho de ser
seu amigo. Eu sempre lhe digo isso e, inclusive, fui visitá-lo no hospital,
porque acho que és uma pessoa com uma grande formação e com uma estrutura
pessoal muito boa.
Quero agradecer ao
meu Líder, Cassio Trogildo, ao querido Ver. Sabino e ao Ver. Paulo Brum, que me
permitiram falar em Comunicação de Lider pelo nosso Partido. Eu vejo vários
Vereadores falando, mas sempre dou uma maior atenção ao que dizem o Ver. Pedro
Ruas e a Ver.ª Fernanda, que vão até o fim em suas lutas. Mas o grande problema
são as caronas que podem vir. Viram que deu certo, que V. Exa. conseguiu com a
liminar e agora querem chegar perto do senhor na busca de elevar o nível.
Então, quero dizer que quem levantou o problema foram o Pedro e a Fernanda. É
deles a liminar, mas não pode outro querer ser o salvador. Eu sempre vou pela
ideia original, Ver. Pedro Ruas, mesmo sendo contra V. Exa – eu sou contra um
Projeto seu. Quando o cidadão tem a ideia original, Ver. Janta, acho que o mérito tem que ser dele, mesmo eu sendo contra. O Vereador
sabe que eu não concordo, mas tenho que dar o braço a torcer: a ideia original
é do Pedro Ruas e da Fernanda. Então, é de vocês! Digo isso para os outros
também não pegarem carona, senão, quando se vê, é um puxando para cá, outro
puxando para lá, e acabam entrando na carona. Fique alerta, Ver. Pedro Ruas!
Também quero falar
das coisas boas que tem na Cidade. A gente não pode só falar das coisas ruins e
só criticar esse cidadão que comanda esta Cidade, o nosso chefe do Executivo, o
Prefeito Fortunati. Temos que falar das coisas boas que acontecem e vem
acontecendo. Ver. Reginaldo Pujol, Vereador atuante. Eu brinco com ele, o chamo
de “Dinossauro da Câmara” porque ele é o Vereador mais antigo atualmente na
Casa. Ver. Reginaldo, quero dizer que realmente vêm acontecendo coisas boas na
Cidade. Nós, que queremos que a Cidade flua, que a Cidade ande, não podemos
trancá-la, não podemos arrumar problemas para ela. Se existem problemas, temos
que tentar resolver. Todos somos fiscais para tentar resolver os problemas da
Cidade. Resolver! Há pouco ouvia o Ver. Nedel defender o turismo, já que ele faz
parte da Frente Parlamentar do Turismo. Eu entendo que um Vereador que faz
parte da Frente Parlamentar do Turismo tem que buscar incentivo, tem que buscar
gente que queira trabalhar dia e noite, Ver. Pedro Ruas, pois a Cidade, o
restaurante, o hotel, a farmácia e o minimercado precisam. O Ver. Nedel não
conseguiu me explicar por que ele votou contra o meu Projeto sobre mudança no
horário de fechamento dos bares e restaurantes. A Cidade precisa viver! A gente
vai ao Rio de Janeiro e acha bonito andar à noite toda nos bares e
restaurantes, mas aqui não pode! Nesta Cidade não pode! Então, temos que nos
unir para buscar incentivo. O turismo tem que funcionar, mas tem que funcionar
dia e noite, porque, se não fizer isso, a Cidade não vai funcionar, mesmo com a
Copa do Mundo. Todo mundo é contra tudo na nossa Cidade – isso tem que mudar. O
Cecchim foi Secretário da SMIC, um Secretário extraordinário, que me incentivou
a fazer o Projeto – e eu falo isso hoje porque não tem problema. O Ver. Cecchim me disse:
Brasinha, bota esse horário para mais tarde. E fizemos. Agradeço também à
Fernanda também, que me ajudou a aprová-lo. Eu nem estava pensando em Copa do
Mundo. A Copa do Mundo está aí. E a Cidade está a coisa mais linda, cheia de
obras. Se Deus quiser, daqui a um ano vai estar pronta, pronta para receber os
turistas de todas as partes do Brasil e do mundo que vêm para gastar aqui, para
deixar Porto Alegre funcionando melhor. Mas, para isso, nós temos que
incentivar o turismo. Não podemos, por exemplo, reclamar toda hora por causa
dum barulhinho aqui, dum barulhinho ali. Daqui a pouco vão proibir até
ambulância de andar na rua por causa do barulho! Não se pode largar um foguete
para comemorar, por causa do barulho. Não pode nada! Então, temos que
incentivar o turismo, o taxista, atender bem ao cidadão e buscar alternativas
junto com o Sindicato, junto com as entidades, para mostrar que Porto Alegre
vai avançar cada vez mais!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste, é um prazer termos de volta o nosso amigo Bernardino, com muita saúde
para dar e vender. Deus estava junto com ele o tempo inteiro. Tu sabes que o
nosso apreço por ti é muito especial.
Eu venho a esta tribuna para dizer que nós temos
que atacar os dois setores que eu considero responsáveis pelo reajuste da
passagem de ônibus em Porto Alegre. Com um deles esta Casa tem
responsabilidade. Um é o empresariado, que só quer “vinde a mim as
criancinhas”. Hoje, pela manhã, um jornal mostrava as condições precárias em
que os trabalhadores rodoviários vivem no Brasil e aqui em Porto Alegre. E já
usei esta tribuna duas ou três vezes para falar das condições precárias dos
trabalhadores, que sequer têm um banheiro no fim da linha do ônibus, que sequer
têm um local para fazerem as suas refeições. Esses cidadãos são responsáveis
pelo estresse emocional, pelo maior índice de afastamento de
trabalhadores rodoviários por dificuldade mental, por estresse nervoso – e nós
estamos falando de pessoas que conduzem milhares e milhares de vidas
diariamente. E o outro culpado – até entrei com um projeto de lei para
alterá-lo – é esse Conselho Municipal. É o único Conselho que, primeiro, recebe
jetom; é o único cujos membros não têm prazo para sair – o Presidente está lá
há 12 anos, Ver. Idenir Cecchim -; é um Conselho que não é paritário; é um
Conselho em que representantes da sociedade e dos trabalhadores só têm uma
entidade, a CUT, que, na época, foi criada pelo Prefeito e hoje Governador do
Estado, Tarso Genro. O resto, são só empresários, é só “a raposa cuidando do
galinheiro”: a situação do transporte de passageiros é o Sindicato das
Empresas de Ônibus, é o Sindicato das Kombis
Escolares, Ver. Brasinha, é o Sintáxi, ou seja, só
empresários. Aí botamos “a raposa cuidando do galinheiro, dos ovos, das
galinhas”, de tudo. O que é isso, gente? E lá no Conselho diz que cabe ao
Prefeito publicar a decisão desse Conselho. Então, nós temos que mudar esse
Conselho. Esta Casa elegeu 36 pessoas de todos os setores da sociedade. Eu acho
que ela não pode se furtar de discutir a questão da passagem de ônibus em Porto
Alegre. Nós discutimos tanta coisa, por que tanto medo de discutir a passagem
de ônibus de Porto Alegre? Por que tanto medo? Qual é o medo? Das galerias
lotadas? Qual é o medo? De andar nas ruas e as pessoas nos culparem porque
aumentamos a passagem? Eu acho que esse medo nós não podemos ter; nós temos que
ter medo é de pessoas que tomaram o Conselho para si; nós temos que ter medo de
pessoas que não cumprem a legislação trabalhista. Essa questão da passagem não
é de agora. Há muito tempo não se faz licitação. E aí se fala que foi por causa
da intervenção que houve no transporte coletivo em Porto Alegre. Só que a
intervenção que houve no transporte coletivo em Porto Alegre – onde eu moro,
por exemplo, não existia linha de ônibus; hoje tem. Essa linha não teve
intervenção. Onde eu nasci, no Morro da Cruz, a linha de ônibus terminava na
Rua Ernesto Araújo com a Rua Dona Firmina. Lá não teve intervenção para que a
linha que terminasse no final da 9 de Junho. Outro exemplo: o bairro Hípica não
existia na época da intervenção; então, por que não tem uma linha de ônibus? Por que, no horário em que o trabalhador precisa se locomover para o
seu local de trabalho, esse ônibus é um puxa-puxa, não tem disponibilidade?
Então, eu acho que esta Casa tem que atacar o inimigo dos trabalhadores de
Porto Alegre, esta Casa tem que atacar quem está enriquecendo e ganhando
milhões e milhões, dando um transporte precário para a população, explorando a
população. Esta Casa, os 36 Vereadores eleitos nesta Casa pelo mandato popular
e por todas as parcelas da população, tem que ter a hombridade, a vontade de
discutir a questão do transporte. Fica muito simples ficarmos acusando A ou B e
fugirmos da nossa responsabilidade como legisladores desta Cidade. Discutimos
tudo nesta Cidade e não discutimos o essencial, que é a forma como as pessoas
se locomovem dentro desta Cidade. Com força e fé vamos lutar pelos direitos dos
trabalhadores da nossa Cidade.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, eu já saudei a volta do nosso querido Ver. Bernardino no
momento em que falei em Grande Expediente, mas nunca é demais dizer do nosso
contentamento, da nossa alegria. Eu estava observando as intervenções. Chama-me
a atenção a intervenção do Ver. Pedro Ruas e do Ver. Janta, sob uma ótica que
na minha fala no Grande Expediente também acabei revelando, sobre como é
importante termos as nossas profissões independentemente da vida política, para,
onde estivermos – seja em um Legislativo, em um movimento social, no Executivo
–, trazermos a experiência das nossas profissões. No que tange ao Janta, eu
acho muito importante quando ele traz aqui a defesa intransigente, como líder
sindical, dos trabalhadores contra a opressão e a exploração. Eu venho de um
tempo, Ver. Janta, em que nesta Casa se decidia por voto, por debate, por
discussão. Eu acho que o Pedro Ruas e o Nereu eram meus companheiros naquela
época em que se decidia o valor das passagens. Buscávamos técnicos, discutíamos
e votávamos livremente para decidir o valor das passagens. Falo isso em relação
ao Ver. Janta, em relação ao Ver. Pedro Ruas, que usam as suas profissões, como
advogados trabalhistas, na luta dos movimentos sociais, em defesa dos direitos
do nosso povo. Então eu acho isso muito normal, muito tranquilo. O errado seria
não usar a nossa militância, as nossas profissões e as nossas experiências.
Quero dizer que, em
relação a essa questão das passagens, a luta do povo se revela como importante
forma para, inclusive, inverter decisões. Porto Alegre, eu penso, respondeu, à
altura, ao aumento das passagens, através da mobilização popular. Isso nós
nunca devemos dizer que é algo negativo, até porque pensamos o contrário, é
extremamente positivo. E nós estávamos hoje discutindo na nossa bancada e
acabamos entendendo que, na realidade, houve um estelionato eleitoral na cidade
de Porto Alegre! Nós estamos entendendo isso! Eu já disse isso em outro momento
desta tribuna, talvez não com essas palavras, mas há momentos em que tem que se
dizer, pois colocaram a segunda passagem de graça às vésperas de uma eleição.
Agora apresentam a conta a ser paga para os trabalhadores. O Janta tem colocado
isso muito bem aqui: quem está pagando a conta são os trabalhadores. Eu
concordo plenamente. E culpam a isenções pelo aumento! Nós não podemos admitir
que as isenções, dos mais variados setores da sociedade, sejam culpadas por um
pagamento cuja previsão não foi feita. E foi às vésperas da eleição! Apresentam
um benefício importante e, agora, para atacar os direitos adquiridos do povo de
Porto Alegre... Porto Alegre tem isenções, fruto da luta popular, mas o que
tinha que ser feito era uma previsão do pagamento dessa segunda passagem, e não
descarregar nos trabalhadores e agora retroceder as conquistas do povo.
O próprio TCE apontou
as irregularidades na planilha de cálculo das empresas, cálculo feito em cima
de toda a frota, e não como o TCE recomenda, em cima da frota em uso.
Então, Sr.
Presidente, eu acho que o fator determinante em tal discussão, o transporte
público em Porto Alegre, é que não há licitação para as empresas
concessionárias do transporte público. É urgente uma concorrência pública,
prometer melhores custos, com maior qualidade no serviço. É uma relação
custo/benefício, sob o ponto de vista do Poder Público e da população.
Por fim, em relação à
servidora Karina, na minha concepção de militância, de vida e do meu Partido, é
um direito, como cidadã e trabalhadora, ter opinião e contestar, porque isso
ajuda o serviço público, ajuda a ter qualidade no serviço público. Os
trabalhadores são os sustentáculos do serviço público, e, no momento em que um
trabalhador se manifesta, discordando do modo como as coisas estão sendo
feitas, ele está ajudando a gestão pública. Eu creio que estamos com alguns
problemas em relação à análise dessa questão relativa ao transporte público de
Porto Alegre. Creio que devemos discutir com urbanidade nesta tribuna e, com as
nossas posições, tentar buscar soluções que não vão penalizar ainda mais os
trabalhadores.
Eu acho que o Janta
também traz uma questão muito importante, que é a falta de compromisso do
empresariado com o direito dos trabalhadores rodoviários, que basicamente têm
doenças e agravos, não apenas biológicos, mas mentais, que custam muito para si
e para suas famílias, pelo próprio trabalho que não podem desempenhar com
qualidade, não porque não tenham qualidade, mas porque não têm qualidade no seu
trabalho. É um trabalho extremamente cansativo, é um trabalho que traz agravos
à saúde dos trabalhadores.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, dizem que a circunstância de eu ter
abertamente me apresentado, na última eleição municipal, como liberal, me levou
à perda de alguns votos. Pode até ter sido. Em compensação, se eu perdi por um
lado, ganhei por outro. Eu não surpreendo ninguém com minhas posições. Ninguém
que votou em mim deixou de conhecer coisas que acredito e que continuo
acreditando. Por isso o que vou falar agora não é nenhuma medida excepcional
nem tampouco algo que a circunstância me coloque na obrigação de fazer. Em relação
à tarifa de ônibus, eu me reportei, Ver. Janta, quando do processo eleitoral.
Isso aqui não foi impresso ontem, não! Isso aqui era o meu jornal de campanha
(Exibe documento.), em que está escrito, em letras bem legíveis, seis
compromissos que são apresentados como propostas do Pujol. O
quarto desses compromissos fala em redução da tarifa do ônibus para o usuário.
É evidente que o caminho que nós preconizamos não é o caminho que o Ver. Pedro
Ruas preconiza, tampouco é o caminho preconizado pela Verª Jussara Cony. Nós
entendemos, Ver. Guilherme Socias Villela, que o caminho mais consequente é a
redução das isenções amplamente concedidas no transporte coletivo e a redução
dos impostos excedidos sobre a tarifa. Porque, em Porto Alegre, Ver. Pedro
Ruas, o Governo não contribui com nada para o transporte coletivo; ao
contrário, tira 5,5%. E não tira hoje, tira há anos 5,5%. Cinco e meio por
cento na tarifa, que era de R$ 3,05, já dão os R$ 2,80 de que estão falando, só
que não é do Governo que vai se tirar.
Nós sabemos que, em
qualquer recanto deste País, há a responsabilidade do Poder Público com relação
a garantir a estabilidade econômico-financeira dos permissionários do serviço
público. Não nos cabe discutir, pelo menos neste momento, se o Governo de Porto
Alegre está agindo corretamente ou não no que diz respeito ao transporte
coletivo da Cidade. Mas a verdade indiscutível é que os estudos feitos pela
Empresa Porto-Alegrense de Transporte e Circulação nos indicam a necessidade de
uma tarifa de R$ 3,25, e o Governo entendeu de sancionar em R$ 3,05 atendendo,
inclusive, recomendações até mesmo do Ministério Público do Tribunal de Contas.
Então, eu quero dizer
sinceramente o seguinte: eu não fujo dessa discussão, Ver. Janta, até porque,
na tarifa de ônibus de Porto Alegre, estão os melhores salários de motoristas e
cobradores de todo o País. Por incrível que pareça, V. Exa. pode não crer, seus
colegas podem pretender mais, mas é o maior que tem de todo o País. Como também
afirmo com a minha responsabilidade de homem público que os melhores serviços
de transporte coletivo de todas as capitais brasileiras estão em Porto Alegre. Os maiores
investimentos na qualidade dos serviços são feitos em Porto Alegre. O maior
número de ônibus com equipamentos especiais, como ar-condicionado, está em
Porto Alegre. Ah! É o Pujol reacionário que está aqui defendendo os
empresários! Pensem como quiserem, eu sei que estou defendendo a qualidade do
serviço em Porto Alegre, que é a melhor do Brasil. É duro dizer isso para
alguém que está amassado dentro do ônibus às 18h da tarde! Não há discurso que
convença. E esse que está, ali, amassado, às 18h, não sabe o que está
acontecendo em outros lugares. Eu estou falando da realidade brasileira.
No conjunto da tarifa, essa tarifa que foi reduzida
pela diligência do PSOL na via judicial, está embutido mais de 12% de imposto
municipal, estadual e federal. Porto Alegre é uma raridade: aqui não se dá um
centavo para o transporte coletivo…
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...Eu discuti
sob a minha ótica esse problema das tarifas. Seria bonito, Vereador, se eu
viesse aqui só para elogiar o seu sucesso, acho que nem todos os caminhos são
para todos os caminhantes. O seu caminho é um, o meu caminho é outro! Eu quero
discutir, mas acho que nós temos que pugnar pela redução da tarifa em Porto
Alegre de forma correta; certamente, não será uma liminar, que pode amanhã
cair, que vai corrigir os equívocos que estou a denunciar. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver. Pujol, eu não o
acho um retrógrado por defender empresário. Quero deixar bem claro aqui que
isso não é ser retrógrado.
O que eu queria dizer, Ver. Pedro Ruas – já o
cumprimentei pela vitória da liminar, pela ação imposta por um advogado
competente, como é Vossa Excelência – é que sempre discordei da depredação, não
tenho como concordar com a quebradeira que ocorreu na Prefeitura. Tenho uma
preocupação. Não vou fazer aqui uma relação de culpados. Não vou culpar o
Olívio Dutra, então Prefeito, pela intervenção desastrosa que ele fez nas
empresas de ônibus, gerando custos para o Município. Eu não vou culpar o
Governo Federal que isenta os fabricantes de automóveis e não se preocupa com o
transporte coletivo em nenhum lugar do Brasil. Porto Alegre certamente tem uma
passagem mais cara porque o Governo Federal nunca deu bola para o povão, aquele
que anda de ônibus, mas não vamos fazer essa culpa, não vamos culpar aqueles
que têm o direito, porque alguém votou nas isenções, mas alguém tem que pagar!
O medo, Ver. Guilherme Villela, é que, de uma hora para outra, algumas
categorias que não merecem tanto comecem a perder alguns privilégios.
Agora,
é difícil vir à tribuna e não defender que haja a legalidade, Ver. Janta, nas
concessões, na cobrança de passagem. Fico muito preocupado porque, se essas
licitações não forem bem feitas, se forem feitas na corrida ou não forem
feitas, eu não sei, eu quero que a lei seja cumprida, mas, se formos pela Lei
nº 8.666, Ver. Pedro Ruas, nós corremos um risco danado: talvez quem more na
Av. Cristóvão Colombo, como eu, pague uma passagem deste tamanhinho, e quem
more no Jardim Leopoldina, Santa Rosa ou Restinga pague uma passagem deste
tamanhão! É um grande risco que corremos, uma vez que não há almoço de graça,
nem janta, porque alguém paga a conta. Nós precisamos dizer para a nossa
população quem paga a conta de quem. Se para levar os torcedores lá na Arena do
Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense ou ali no Sport Club Internacional... A Ver.ª Sofia
só reclama do entorno da Arena do Grêmio
Foot-Ball Porto Alegrense; sobre o entorno do Beira-Rio, onde o Governo do
Município está fazendo um monte de obras, ela não fala. Sempre digo aquela
frase surrada: temos de dar “nomes aos bois”. Nós temos de explicar para a
população quem é que vai pagar a conta. Chega de enganar a população. A
população não pode pensar que está ganhando alguma coisa de alguém. Não ganha
de graça! Nós temos grandes isenções; agora, o Governo Federal está dando
isenções para o ano que vem. Por que não esperou o fim do ano? Será que é para
melhorar a pesquisa sobre os administradores? Acho que não é isso, acho que
estamos chegando ao final de uma Sessão e vamos entrar noutra com muita vontade
de saber sempre a verdade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Bernardino Vendruscolo): Convido as Lideranças para que venham à mesa para
uma consulta. (Pausa.)
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0631/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 033/13, de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que inclui art. 3º-A na Lei nº 10.260,
de 28 de setembro de 2007, alterada pela Lei nº 10.823, de 21 de janeiro de
2010, assegurando, em estacionamentos temporários remunerados, a reserva de
espaço equivalente a 1 (uma) vaga de automóvel para estacionamento oblíquo de 5
(cinco) motocicletas.
PROC.
Nº 0682/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/13, de autoria do Ver. João Derly, que concede o título de Cidadão
Emérito de Porto Alegre ao senhor José Carlos Hruby.
PROC.
Nº 0969/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Viaduto São Jorge o
equipamento público localizado no cruzamento da III Perimetral com a Avenida
Bento Gonçalves, localizado no Bairro Partenon.
PROC.
Nº 1079/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/13, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que concede o Diploma de Honra ao Mérito à Sociedade Beneficente
Cultural Bambas da Orgia.
PROC.
Nº 1047/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 006/13, de autoria da Mesa Diretora, que altera o caput do
art. 4º da Resolução nº 1.559, de 22 de agosto de 2001 – que institui Estágio
Curricular para estudantes de estabelecimentos de ensino médio e superior na
Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, passando para 134
(cento e trinta e quatro) o número de postos de Estágio Curricular de ensino
superior.
PROC.
Nº 0520/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/13, de autoria do Ver. Waldir Canal, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao Grêmio Esportivo
Patriota.
PROC.
Nº 0725/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 047/13, de autoria do Ver. Elizandro Sabino, que obriga os estabelecimentos em que
se realizam eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer a afixar
placas ou cartazes informando o desconto de pelo menos 50% (cinquenta por
cento) sobre o valor de ingressos ao qual as pessoas com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos têm direito.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0513/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/13, de autoria do Ver. Paulo Brum, que institui o serviço de transporte
coletivo acessível Disque-Atendimento Porta a Porta no Município de Porto
Alegre.
PROC.
Nº 0514/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/13, de autoria do Ver. Paulo Brum, que assegura às pessoas com
deficiência o pagamento de meia-entrada em estabelecimentos culturais,
esportivos, de lazer e de entretenimento. Com
Emenda nº 01.
PROC.
Nº 1111/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 012/13, que altera o inc. IV do art. 2º da Lei nº
7.330, de 5 de outubro de 1993, que cria a Secretaria Municipal de Esportes,
Recreação e Lazer (SME).
PROC.
Nº 1112/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/13, que declara de utilidade pública a CLIPE
– Clínica Psicopedagógica Especializada Ltda. –, CNPJ nº 89.018.030/0001-39,
Inscrição Municipal nº 021.531.2.2.
PROC.
Nº 1113/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/13, que declara de utilidade pública a
Associação CT – Centro Terapêutico –, CNPJ nº 05.776.147/0001-91, Inscrição
Municipal nº 209.569.2.4.
PROC.
Nº 0106/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/13, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que altera a ementa e o parágrafo
único do art. 1º da Lei Complementar nº 560, de 3 de janeiro de 2007, incluindo
a geração de energia elétrica fotovoltaica ao objetivo do Programa de
Incentivos ao Uso de Energia Solar nas Edificações.
PROC.
Nº 0780/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 053/13, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que denomina Rua Paulo Rubilar de
Farias o logradouro não cadastrado conhecido como Rua F – Estrada Costa Gama
–, localizado no Bairro Restinga.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Bernardino Vendruscolo, muito bem-vindo, para a nossa alegria, de
volta aos trabalhos nesta Casa, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; o Ver.
Paulo Brum está propondo a instituição de serviço de
transporte coletivo acessível Disque-Atendimento Porta a Porta no Município de
Porto Alegre. É uma proposta bastante ousada, pelo que eu compreendi, Ver.
Paulo Brum, que poderá compor o debate que esta Cidade vai fazer sobre o
sistema de transporte. A passagem é apenas a ponta, Ver.ª Fernanda Melchionna,
do iceberg. O que nós vivemos, na
semana passada – que culminou com a vitória da ação da liminar proposta pelo
PSOL –, foi uma culminância de um debate que vem acontecendo há alguns anos
sobre um crescimento da inconformidade da população com o serviço de transporte
coletivo oferecido nesta Cidade. É muito importante retomarmos isso, porque não
teria um movimento com essa força, com a força não vista, não sei se depois da
luta pelas Diretas...
(Aparte antirregimental do Ver. Mario
Fraga.)
A
SRA. SOFIA CAVEDON: V. Exa. preste atenção, estou falando
sobre o Projeto de autoria do Ver. Paulo Brum sobre transporte acessível, por
favor, primeira página. Vereador, agradeço-lhe por atrapalhar a minha reflexão.
Desde 2011, esta Casa discute com força o tema do transporte e tem a ver, Ver.
Paulo Brum, também com as pessoas com deficiências, porque se é terrível e
generalizada a queixa do transporte superlotado, atrasado, que não cumpre
horário, de ônibus sujos, de ônibus sem ar-condicionado, barulhentos e que
estão quebrando, imaginem para as pessoas com deficiências, que nós vemos, em
muitos momentos, ao abordarem o ônibus, sofrerem agressão, terem que brigar com
o cobrador, botarem-se na frente do ônibus para parar, causarem um transtorno
enorme para entrar em um ônibus superlotado. Ora, o tema da queixa generalizada do transporte
combinou uma série de denúncias, seja da passagem, já em 2011 encaminhada pelo
PSOL e de movimentos de juventude todo o início de ano. Aliás, é anterior
ainda, porque lembro de eu e a Ver.ª Manuela recebermos estudantes aqui – a
Ver.ª Fernanda Melchionna era estudante, estava no Plenário. Daquela vinda,
Ver.ª Fernanda Melchionna, que nasceu o meu Projeto de Lei, junto com a
Manuela, do transporte gratuito para o Ensino Médio. Então, os estudantes se
mobilizam há mais de 10 anos, pelo menos há 12 anos, todo início de ano. Desta
vez, ganhou o fôlego da insatisfação com o transporte coletivo, ganhou o fôlego
da auditoria do Tribunal de Contas, resultado dos nossos relatórios, do
relatório do PSOL e do relatório desta Casa, do Câmara no ônibus, que exigia a
licitação do transporte. A Prefeitura vem postergando a licitação desde 2011. O
Cappellari anunciou aqui, em 2011, que em 2012 sairia a licitação; em 2012: Tem
o metrô, tem o BRT, vamos definir depois a licitação. Então, esse tema vem
sendo postergado, tem toda uma cultura, todo um acúmulo de luta, de debate, de
inconformidade, de trabalho desta Casa e do Tribunal de Contas. A Prefeitura
sempre surda a todos esses movimentos, todos. Houve alguns ajustes de linhas na
Zona Sul, alguma compra de ônibus, e hoje se ouve o Seu Ênio dizendo que quer
indenização. Senhores, nada acontece à toa. E aqui o Ver. Alberto Kopittke já
falou com muita clareza que a Prefeitura não tem diálogo, não reconheceu o
movimento real, não abriu portas. Essa é a maior violência, porque, com o
jovem, não ter diálogo, todos não sabemos o que gera a falta de diálogo, a
falta de espaço, de local de expressão. Então, Ver. Paulo Brum, as pessoas com
deficiência têm um porte nesse debate que nós vamos fazer, nessa nova
licitação, nesse termo de referência, que não tem que vir para a Câmara, não,
Ver. Pedro Ruas; é um termo de referência que a Prefeitura tem que fazer e tem
que licitar, fazendo a leitura do novo sistema que tem que melhorar o
atendimento da população de forma geral e tem que garantir passagens justas,
valores justos, valores acessíveis e redução do lucro, porque, se tiver redução
dos índices de retorno do capital, que são abusivos, conforme indicação do
Ministério Público, nós poderemos fazer ônibus com acessibilidade, que o Ver.
Paulo Brum está reivindicando aqui, ônibus com acessibilidade, que é uma parte
muito pequena da frota ainda e muito ruim, expõe a pessoa com deficiência, Ver.
Nedel, expõe cobradores que ficam carregando cadeiras, há “n” situações que
agridem, inclusive, os trabalhadores do transporte.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Quero comunicar ao Plenário que o Ver. João Antonio
Dib está nos acompanhando de casa. Que novidade! O Ver. Paulo Brum está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. PAULO
BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, fiz questão de falar
em Pauta, porque corre, em 2ª Sessão, dois Projetos de minha autoria que dizem
respeito à inclusão social das pessoas com deficiência. O primeiro Projeto de
Lei, que a Ver.ª Sofia Cavedon referiu na tribuna, é o PLL nº 016/13, de minha autoria, que institui o serviço de
transporte coletivo acessível Disque-Atendimento Porta a Porta no Município de
Porto Alegre. Exatamente para atender pessoas com deficiência física com alto
grau de comprometimento de sua locomoção, que não apresentem condições de
mobilidade e acessibilidade autônoma aos meios de transporte convencionais, ou
que apresentem grandes restrições ao acesso, ao uso de equipamentos urbanos.
Nós, em 1996, inauguramos os primeiros
ônibus adaptados em Porto Alegre; hoje já são quase mil ônibus adaptados; em
2014 toda a frota de ônibus em Porto Alegre será totalmente acessível.
Nós queremos falar é de uma parcela da
população de Porto Alegre que hoje não tem o seu direito de ir e vir
respeitado. Falo daquela criança com deficiência física com alto
comprometimento de locomoção, falo dos tetraplégicos que não conseguem utilizar
os ônibus adaptados de Porto Alegre. Hoje, existem várias crianças especiais
com deficiência múltipla que não conseguem pegar um ônibus, que não
conseguem acessar um transporte particular, porque os que existem são muito
caros; portanto, estão nas suas casas sem terem o direito à reabilitação
física, sem terem direito à saúde, sem poderem frequentar um estabelecimento de
ensino. Por isso essa é a nossa proposta.
O Secretário Municipal de Acessibilidade, em
conversa com o Sr. Prefeito, mostrou-se sensível à nossa solicitação. Foi feito
um estudo, mas, infelizmente, não conseguimos dar continuidade a ele. Portanto,
agora, como Vereador, eu trago esse tema para a Câmara, para o debate, para que
possamos sensibilizar o Executivo, para que tenhamos em Porto Alegre esse
sistema de transporte. E quero dizer que nós não estamos “inventando a roda”.
Outras cidades já possuem esse sistema: São Paulo, há mais de dez anos;
Niterói, no Rio de Janeiro; e Uberlândia, em Minas Gerais. Tantas outras
capitais e Municípios de Porto Alegre já prestam esse atendimento. Por isso,
nós trouxemos esse debate.
A Sra.
Fernanda Melchionna: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Muito obrigada, Ver. Paulo Brum. Apenas quero lhe cumprimentar pelo
Projeto – acho que é uma bela iniciativa. Uma das coisas que reparei na
auditoria é que a frota deveria estar acessível até 2014, mas, infelizmente,
menos da metade está de fato acessível à população, às pessoas com
deficiências. Eu queria lhe cumprimentar pelo Projeto; pode contar com o nosso
apoio.
O SR. PAULO
BRUM: Obrigado, Vereadora. Só para corrigir, Vereadora, não puxando a
discussão para esses termos, mas os dados são de que 60% da frota está
adaptada, e, por força de lei federal, em 2014 todos os ônibus de Porto Alegre
terão de ser adaptados, acessíveis às pessoas com deficiência, inclusive com
previsão de multas, se assim não ocorrer.
O outro Projeto trata da questão que assegura às
pessoas com deficiência o pagamento da meia-entrada em estabelecimentos
culturais, esportivos, de lazer e de entretenimento, para que as pessoas com
deficiência possam participar ativamente da sociedade. Não adianta oferecer os
serviços, querer e exigir adaptação dos meios culturais, se esse cidadão não
tem como usufruir desses benefícios. Portanto, nós estamos trazendo para esta
Casa o debate, para que nós possamos aprofundar e fazer com que as pessoas com
deficiência possam participar ativamente da vida social.
Eu conversava com o Ver. João Derly, e ele me dizia
que, no passado, o Olímpico não cobrava a entrada das pessoas com deficiências
– não é, Ver. João Derly? – e que, agora, a Arena está
cobrando. O Beira-Rio não cobrava, será que agora vai cobrar também? Por isso,
trago este debate para que possamos garantir que as pessoas com deficiência
possam participar ativamente da vida social de Porto Alegre. Obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Volto a esta tribuna
para dizer para o Ver. Paulo Brum sobre a importância dos seus dois Projetos.
Reafirmo que é necessário a nossa Cidade ter esse tipo de transporte. Só quem
tem alguém com dificuldade de locomoção e vive esse dia a dia sabe da
importância desse transporte e sobre o direito das pessoas de irem ao Olímpico,
ao Beira-Rio, a casas de espetáculos.
Também há o Projeto
do Ver. Valter Nagelstein que institui local para motos nos estacionamentos.
Para quem é motociclista é importante ter essas áreas reservadas. Nós só temos
que ter o cuidado para não virar estacionamento de motobói. Mas é de extrema
importância para as pessoas, quando chegam a algum lugar de compras, terem essa
acessibilidade para as motos.
Eu queria aproveitar
para dizer que, realmente, esta Cidade tem que rever as isenções. As isenções
são uma vitória do povo, mas não podem onerar a outra parte do povo. Até porque
quem paga transporte coletivo em Porto Alegre são as pessoas
com menor poder aquisitivo, quem paga o transporte coletivo em Porto Alegre são
as pessoas que saem de madrugada para trabalhar e muitas vezes essa passagem
faz falta para elas. Não pode o menos favorecido ficar beneficiando alguns
tipos de isenções. Nenhum de nós, nenhum morador de Porto Alegre tem isenção no
selo, por exemplo, no entanto, o carteiro não paga passagem de ônibus. Esta
Casa aprovou o direito aos Secretários de Diligências do Ministério Público,
aos Oficiais de Justiça de estacionarem como polícia, autoridade máxima,
inclusive têm isenção no transporte coletivo. Acho que as isenções são válidas,
mas tem que respeitar a renda familiar. Não pode uma pessoa de baixa renda
pagar pelo maior índice de isenção para estudantes que é no trecho da Av. Nilo
Peçanha. O maior índice de isenção no transporte coletivo é naquele trecho. A
gente não vê essa facilidade para os operários, para os trabalhadores, para os
estudantes – como eu, que trabalhava de dia e estudava à noite –, da periferia
da nossa Cidade; nós não vemos essa vantagem ser estendida para as pessoas que
moram no Extremo-Sul ou no Extremo-Norte da nossa Cidade. Esta Casa, a Casa do
Povo de Porto Alegre, que representa em torno de 1,4 milhão de pessoas, não
pode se furtar de discutir isso que vem entrando no bolso das pessoas, que vem
diariamente sendo cobrado. E quem paga é o trabalhador do comércio, é a
empregada doméstica, é o trabalhador da construção civil, ou seja, são os assalariados
de Porto Alegre que pagam essas isenções. Então esta Casa tem que discutir,
sim, as isenções, tem que ter critério para dar isenção, pois não pode uma
pessoa humilde da Restinga, do Rubem Berta, que precisa se locomover para fazer
quimioterapia, radioterapia, que não tem dinheiro para isso, não ter direito à
isenção. Não podemos nos furtar de fazer essa discussão, e temos que apoiar os
dois Projetos do Ver. Paulo Brum, que vêm para
ajudar o povo que necessita de acessibilidade. Com força e fé, vamos melhorar
um pouco a vida das pessoas de Porto Alegre.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, quero dizer que faço coro à fala dos Vereadores, folgo em vê-lo e
desejo-lhe plena e total recuperação, amigo, parceiro, grande pessoa, grande
ser humano. É uma alegria muito grande, Presidente Bernardino, vê-lo novamente
aqui conosco. Quero mandar um abraço também ao Ver. João Dib. Sei que ele nos
acompanha, inclusive me ligou na semana passada. Falamos, Ver. Villela. Espero
que na quarta-feira tenhamos a oportunidade de “tomarmos” uma seleta com o
nosso Ver. João Dib.
Ver. Idenir Cecchim,
muito obrigado pela cessão do tempo. Ver. Clàudio Janta, meu amigo, líder
sindical, Presidente da Força Sindical, existem 18 mil motobóis em Porto
Alegre. Nesses últimos dez anos, a frota de motocicletas no nosso País cresceu
mais de 650%. De forma exponencial, também cresceram os acidentes,
principalmente com esses trabalhadores que utilizam esse modal como meio de
vida, de sobrevivência, Ver. Marcelo Sgarbossa. Então, a moto, assim como a
bicicleta, está disputando espaço no trânsito com outros modais e com outros
veículos que são muito maiores. E no caso da moto, como no caso da bicicleta, o
para-choque é o corpo do motociclista. E eu não estou pensando, neste Projeto,
no motociclista de lazer, como é o meu caso, por exemplo. Nós temos que pensar,
sim, é no trabalhador que ganha a sua vida e sustenta a sua família com esse
meio de transporte.
E quando nós olhamos
as áreas azuis da Cidade, há vagas para carros, mas não há uma vaga para
motocicleta. Então, tiramos a vaga de um carro somente e colocamos ali vaga
para cinco motos em estacionamento oblíquo. Assim como eu acho também que nós
precisamos incentivar bicicletários por toda a Cidade. Quando eu estive na
SMIC, colocamos bicicletários na SMIC, no Mercado Público, no Gasômetro, no
mercadinho do Bom Fim. Tem que ter opção para todos esses modais. Então, nós
estamos olhando, sim, Janta, para os motobóis, porque é preciso olhar para
eles. Há 18 mil motobóis em Porto Alegre, com muitos que se acidentam. Aqueles
que, graças a Deus não morrem, ficam com algum tipo de aleijume, dependentes do
SUS. No ano passado, foram gastos, pelo SUS, no Brasil, mais de R$ 600 milhões
em tratamento de acidentes com motocicletas. Então, é um povo para o qual nós
precisamos olhar com muito carinho, com muito cuidado, com muita atenção,
porque estão sofrendo no trânsito. Eu defendo a ideia da ciclofaixa também
específica. Precisamos olhar para isso porque é uma realidade que está aí.
Então, esse projeto se propõe a conhecer essa realidade e criar um espaço para
as motos. Aqui no Centro, nós temos estacionamento para motos só na General
Câmara, por exemplo. E quem frequenta ali sabe que não tem espaço. Então, essa
é a atenção que eu peço aos meus ilustres colegas a respeito disso.
Sr. Presidente, hoje
estamos celebrando, Ver. Tarciso, o Dia Mundial da Lembrança do Holocausto. Eu
quero fazer essa referência aqui, Ver. Alberto Kopittke, porque quando podíamos
imaginar que uma sociedade desenvolvida tenha pensado, elaborado meios
industriais de eliminação do ser humano? Que essa mesma sociedade tenha
desenvolvido um sistema logístico que pegava uma família da sua casa,
arrancava-a de dentro da sua casa, colocava-a em pé dentro de um vagão, como se
gado fosse? Porque até o gado, até os animais merecem respeito, dignidade e uma
morte digna! Essas pessoas foram postas pior do que animais em vagões,
transportadas por 4, 5, 6 mil quilômetros em pé. Chegavam lá, as crianças eram
arrancadas dos seus pais, eram levadas para banheiros, como fossem fazer um
banho, e lá eram, de forma industrial, exterminadas. É possível imaginarmos que
uma sociedade desenvolvida, que produziu grandes pensadores da História da
Humanidade, tenha de forma perversa caminhado para isso? É possível, porque
aconteceu. E isso só se explica quando temos um Estado totalitário. Por isso, é
importante lembrar esse dia para evitarmos os totalitarismos. Este dia de hoje
é o dia consagrado para isso. Então, aqui também faço um registro dessa
questão.
Por último, quero
dizer que amanhã vamos receber o Secretário Beltrame que falará da experiência
do PMDB em Segurança pública, lá no Governo do Estado do Rio de Janeiro. Vamos
fazer o Prato do Dia aqui. O Secretário Beltrame é nosso convidado no hotel
Continental e vai falar dessa experiência que não é só do combate histórico que
se fez da criminalidade. Porque se nós fôssemos falar só na repressão do
Estado, seria muito fácil, mas nós precisávamos e precisamos de uma nova
abordagem na questão da violência e da criminalidade, que é um nervo exposto na
realidade brasileira. E um exemplo hoje, no País, são as Unidades de Polícia
Pacificadora, que são, sim, uma parte da visão convencional, tradicional,
porque, infelizmente, não há outra forma, pois são a presença forte do Estado,
através das suas polícias. Por outro lado, representam também o alcance da
dignidade, da cidadania, da presença do Estado como ação social e todas as
outras questões que foram levadas para dentro dessas comunidades, que eram
presas fáceis do tráfico, do traficante, que era tido como um mecenas lá
dentro, porque o Estado só entrava para dar pau! A nova abordagem que se faz no
Rio de Janeiro é completamente diferente, e nós precisamos estudar. Nós
precisamos nos debruçar e precisamos replicar no Brasil esta realidade.
Portanto, Sr.
Presidente, concluindo, ficam todos convidados para amanhã, para o Prato do Dia
do PMDB, que é um evento que fazemos para pensar as experiências não só do
nosso Partido, mas as experiências programáticas que funcionam no nosso País e
que precisamos, sim, replicar para enfrentar os problemas e as chagas da nossa
sociedade. Muito obrigado, Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, hoje estão em discussão preliminar de Pauta
alguns projetos de lei. Dois dos quais merecem de mim a consideração e um exame
preliminar. O primeiro deles é de autoria do Ver. Valter Nagelstein, o Projeto
que inclui o art. 3º– A na Lei nº 10.260, de 28 de
setembro de 2007, alterada pela Lei nº 10.823, de 21 de janeiro de 2010,
assegurando, em estacionamentos temporários remunerados, a reserva de espaço
equivalente a uma vaga de automóvel para estacionamento oblíquo de cinco
motocicletas. Obviamente que a intenção do Vereador é no sentido de que, no
lugar onde se estacionem 20 automóveis, possam se estabelecer cem motocicletas.
É a proporção que me parece, num natural exame
do previsto aqui na reserva de espaço, o equivalente a uma vaga de automóvel
para o estacionamento oblíquo de cinco motocicletas. Quer dizer, esses
estacionamentos temporários que há na Cidade seriam cinco vezes maiores para
motocicletas do que para automóveis.
Eu já tenho alguma
restrição sobre esses estacionamentos temporários pagos. Tem um funcionamento
que eu estou até questionando por um Pedido de Providências, pedindo um
esclarecimento, Ver. Tarciso, vendo o quanto isso representa, efetivamente, de
arrecadação para o Município, qual é a vigência desse contrato que tem com a
empresa particular que faz a exploração do serviço.
Eu fico estupefato,
Ver. Vendruscolo, de ver que algumas vias de Porto Alegre de duas mãos e de
caixa de dez metros, no máximo, tenham estacionamento dos dois lados –
estacionamentos temporários remunerados. Quer dizer, mais do que oficializados,
mais do que permitidos, estimulados. O contribuinte recolhe para estacionar. A
caixa da rua se confunde por inteiro, e o trânsito daquela artéria praticamente
deixa de existir. No bairro Moinhos de Vento, zona mais densamente povoada de
Porto Alegre, este fato é notório, é singular. Aqui mesmo, no Centro de Porto
Alegre, eu não entendo como é que na Rua Demétrio Ribeiro tem estacionamento
dos dois lados, em uma artéria de grande movimentação que, inclusive, tem
transporte coletivo, ônibus, caminhão de lixo, etc. e tal. Em determinadas
horas, a confusão no tráfego é impressionante.
Então, se eu entendo
que esta matéria tenha que ser melhor examinada, que nós devemos, inclusive,
modificar este processo, esta oficialização da via pública como área de
estacionamento, ao invés de simular a construção de garagens, que é feito de
várias formas: concedendo índice, estabelecendo facilidades, gerando estímulos
para quem constrói e não dificuldades, Ver. Bernardino Vendruscolo.
Então, quero
alertar ao Ver. Valter Nagelstein, que há pouco estava aqui – eu desatentamente
me dirigi à Mesa, perdendo ele de vista –, que o seu Projeto de Lei, sob o
aspecto jurídico, não tem impedimento para tramitar, mas quanto à sua
materialidade, aí, sim, existe uma verdadeira floresta amazônica para discutir
e ver as consequências que ele possa, na prática, vir a ocasionar.
Antes de encerrar, quero saudar, o que já deveria
ter feito antes, o seu retorno à Casa, o que nos dá imensa alegria e
satisfação, dado o carinho que dedicamos a Vossa Excelência. Um abraço, com a
certeza de que V. Exa. vai ficar conosco, aqui, por muito tempo, sendo o velho
Bernardino Vendruscolo de guerra, que também se caracterizou por sua ação neste
Legislativo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu quero assinalar, para que
conste em Ata, eu não diria que é um protesto meu, mas é uma lamúria de minha
parte.
Mais cedo, eu solicitei à Mesa, como é feito com
vários Vereadores da Casa, hoje, dia da abertura do Fórum da Liberdade, que nos
considerasse em representação da Casa. Nos foi dito que não era possível,
porque o representante oficial já havia sido designado, que é o Ver. Valter
Nagelstein, o que eu concordo plenamente, mas não seria a primeira nem a última
vez que, pelo mesmo acontecimento, mais que um Vereador fosse designado. Não o
fui. Vou deixar de comparecer, já deixei de comparecer aos atos preliminares,
mas quero fazer este registro, o que faço com grande mágoa, porque são dois
pesos e duas medidas. Eu vejo diuturnamente Vereadores serem considerados em
representação desta Casa pelas mais diversas razões, e, por uma razão
plenamente confessada por mim e que faz parte das minhas posições ideológicas,
eu fui tolhido dessa possibilidade. E lamento que o Presidente não esteja aqui
presente para ouvir diretamente de mim essa reclamação. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE
(Bernardino Vendruscolo): Vossa Excelência é muito benquisto nesta Casa,
tenho certeza de que há um problema de comunicação.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Bernardino, solicito que V. Exa. ad hoc considere que a Bancada do PT estará representando esta Casa
no Fórum da Igualdade, às 19h, no mesmo horário do Fórum da Liberdade, que
ocorrerá nesta Casa. Não sei se a Bancada do PCdoB gostaria de estar junto
representando. Com certeza, a oposição em seu todo não estará no Fórum da
Liberdade; estará no Fórum da Igualdade.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, só para consignar: eu não tenho dificuldade nenhuma,
muito antes pelo contrário, em abrir mão da representação e oferecê-la... Sei
que não é com relação a mim, Ver. Pujol, é uma prática do Cerimonial da Casa,
porque às vezes chegam vários pedidos e talvez até seja por ordem de
precedência. Eu realmente quero acreditar que seja por ordem de precedência,
mas quero dizer que não teria dificuldade alguma e ficaria muito honrado em
poder ceder a representação da minha parte ao Ver. Reginaldo Pujol. Muito
obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Levarei ao Presidente da Casa as suas colocações. Solicito abertura do painel
eletrônico, para verificação de quórum, para entrarmos na Ordem do Dia.
(Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Dez Vereadores presentes.
Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h25min.)
* * * * *